Gerard Basset: Os concursos não serão mais os mesmos
Após uma pesadíssima bateria de provas práticas e teóricas com tempos de execução extremamente limitados, classificaram-se como de costume, três candidatos para a finalíssima do Campeonato Mundial de Sommeliers, promovido pela ASI (Association de la Sommellerie Internacionale), desta feita em Santiago do Chile, em 15 de abril corrente.
Concorreram David Biraud pela França, Paolo Basso pela Suiça e o mítico Gerard Basset pela Inglaterra. A despeito da prova em si, o título é mais do que merecido para Gerard Basset. Finalista em cinco mundiais, Master of Wine e Master Sommelier, credenciais dficílimas mesmo para os mais tarimbados na área. Os concursos por hora, ficarão sem o mesmo brilho com a saída de Basset, já que por questões de regulamento, não poderá mais competir. Talvez, forças ocultas não o deixaram ganhar desde 1992, competição realizada no Brasil, para que sempre tivéssemos sua presença,sua persitência e seu carisma.
Título justificado, vamos ao que interessa. A prova absolutamente igual para os três candidatos transcorreu na seguinte sequência:
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Um minuto para o candidato justificar a profissão de sommelier (pergunta bem ao estilo Miss Universo)
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Cinco minutos para servir uma mesa com quatro pessoas, sendo que, dois drinks Negrone (receita oficial) para os cavalheiros e duas taças de champagne para as damas (abrir a garrafa e executar o serviço corretamente)
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Em outra mesa com três pessoas, cinco minutos para indicar harmonizações a seu gosto sobre seis vinhos indicados numa lista, entre os quais, Champagne Moët & Chandon 1990, Vin de Constantia 2000, um riesling australiano, um Pinot Noir do Oregon, um saquê e um Malbec argentino.
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Na última mesa, decantar um tinto chileno para seis pessoas em seis minutos.
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Encerrado o serviço de salão, degustar quatro vinhos às cegas: um branco seco, dois tintos secos e um vinho branco doce. Aqui comprovamos na prática que é humanamente impossível adivinhações, mesmo para estes superdotados.
Resposta certa Paolo Basso David Biraud Gerard Basset
Viognier Sauvignon Blanc Sauvignon Blanc Pinot Blanc
Tempranillo Pinot Noir Pinot Noir Pinot Noir
Vinho de corte Nebbiolo Cabernet Sauvignnon Sangiovese
Ice Wine Riesling Passito Ice Wine
O vinho de corte era o Clos de Los Siete, argentino sob a batuta de Michel Rolland, mesclando Malbec, Merlot, Cabernet Sauvignon e Syrah.
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A seguir, degustação às cegas de oito bebidas (licores e destilados): eau de vie de figo, eau de vie de ameixa, Single Malt, Cognac VSOP, Pisco chileno (estava na cara este tipo de bebida), Vodka, Licor de canela e Amarula
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A seguir, correção de uma suposta carta de vinhos entre tintos e brancos, onde o nome de vinhos, regiões, denominações eram as armadilhas.
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Por úlitmo, foram mostradas cinco fotos para serem identificadas: Table Mountain (África do Sul), Opus One, Pichon Baron (Pauillac), Cinque Terre (Ligúria) e vinhas em Lanzarote nas Ilhas Canárias (Espanha)
Depois de tudo isso, é bom fazer um check-up antes de qualquer bebida. Ninguém é de ferro!