Archive for Junho, 2014

Vinhos da Áustria: Parte III

30 de Junho de 2014

Continuando a decifração dos vinhos austríacos, vamos abordar mais alguns aspectos de suas designações que têm em sua essência as leis alemães. No que diz respeito ao açúcar residual, podemos nos deparar com quatro termos: Trocken (dry ou seco), Halbtrocken (off-dry ou meio-seco), Lieblich (doçura comedida, até 45 gramas de açúcar por litro) e por último, Sweet (doce, acima de 45 gramas de açúcar por litro).

Um pouco mais complicado é o termo KMW (Klosterneuburg Must Weight Scale), ou seja, a quantidade de açúcar em cem gramas de mosto (líquido resultante da espremedura das uvas). Numa escala de dez a trinta, este número em KMW confere as seguintes denominações em ordem crescente de açúcar no mosto que lembra muito as denominações alemães: Kabinett, Spätlese, Auslese, Beerenauslese, Ausbruch, Trockenbeerenauslese, Eiswein e Strohwein/Schilfwein. É importante saiientar que a partir da categoria Kabinett não poder haver chaptalização (adição de açúcar no mosto).

Os termos Ausbruch e Strohwein são exclusivamente austríacos. Ausbruch é simplesmente uma designação intermediária entre Beerenauslese e Trockenbeerenauslese. Já o termo Strohwein significa que as uvas maduras são secadas geralmente em esteiras por um tempo mínimo de três meses. Processo semelhante à elaboração do vinho santo italiano (Toscana).

Generic wine growing regions

Geologia bastante diversificada nas principais regiões

Na chamada Baixa Áustria (Niederösterreich) quase um terço dos vinhedos são solos formados por marga (mistura de calcário e argila) e pedras calcárias e de origem arenosa. Outra formação geológica importante são os solos chamados de loess (depósitos de solos formados pela ação do vento). Uma pequena parcela dos vinhedos são provenientes de solos de origem vulcânica com pedras de granito, xisto e gnaisse, sendo as duas últimas de origem metamórfica.

Na chamada Burgenland, as bacias da Panônia e Estíria são formadas por solos pedregosos de origem calcária e arenosa. As colinas desta área têm solos diversificados com argila, calcário, gnaisse e mica.

Na região da Estíria (Steiermark), três quartos de seus vinhedos têm origem em solos provenientes de depósitos aluviais na bacia da Estíria. Uma pequena parte é formada por solos de origem vulcânica como basalto e tufo. Eventualmente, em solos pedregosos temos gnaisse, xisto, mica e filito.

Por último, a região de Viena (Wien) é formada em parte por solos calcários, e parte por solos pedregosos formados por areia, argila e marga. Há presença também de solos chamados de loam (mistura de areia, silte e argila).

Principais uvas

Grüner Veltliner

Principal uva branca austríaca (praticamente 50% do plantio de uvas brancas), moldando vinhos bastante frescos, de acidez destacada, e principalmente com notas de especiarias, notadamente a pimenta verde. Seus vinhos são boas alternativas para acompanhar aspargos.

Zweigelt

Uma das duas principais uvas tintas da Áustria, gera vinhos de muita cor com taninos suaves. São vinhos de bom corpo lembrando aromas de cerejas. Os lotes de melhor qualidade passam por barricas.

Zweigelt: Cor marcante

Blaufränkisch

A outra grande uva austríaca. De maturação tardia, gera vinhos austeros, de boa acidez e taninos marcantes. A maturação perfeita da uva é um ponto crucial para o sucesso. Seus vinhos costumam ter boa longevidade.

As duas uvas tintas acima respondem por cerca de 60% do plantio de uvas tintas. As uvas ditas internacionais, tanto brancas como tintas, apresentam porcentagens discretas de plantio.

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Vinhos da Áustria: Parte II

23 de Junho de 2014

Dando prosseguimento aos vinhos austríacos, vamos abordar algumas particularidades sobre as leis e designações dos mesmos. Como em todo país, há sempre a base da pirâmide com os chamados vinhos de mesa, bastantes genéricos, irregulares e sem grandes interesses, salvo casos pontuais. Em seguida, temos os chamados vinhos da terra (land wine), um degrau acima designando três grandes sub-regiões, conforme mapa abaixo:

Austria Land wineWeinland e Steireland destacam-se

Genericamente, podemos falar em trinta e cinco uvas (varietais) distribuídas em nove regiões, desmembrando um pouco mais o mapa acima. Abaixo, temos essas áreas demarcadas e com seus respectivos números.

Generic wine growing regions ha

Áreas pouco produtivas (centro e oeste)

Contudo, ainda não estamos falando dos melhores vinhos austríacos. Os chamados vinhos de qualidade têm inspiração alemã (Qualitätswein). E aí sim, estamos falando da famosa parte leste do país. Atualmente, são dezesseis regiões de qualidade repartida em dois grandes grupos: sete regiões específicas focadas em varietais; e nove regiões especiais denominadas DAC (Districtus Austriae Controllatus, em latim), uma espécie de denominação de origem, conforme mapas abaixo:

austria sete regiões

Sete regiões focadas em varietais

Cada uma das sete regiões foca seus vinhos em varietais específicos objetivando qualidade. Wachau, por exemplo, segue a linha dos brancos com as uvas Grüner Veltliner e Riesling. Já Weststeiermark destaca-se pelo rosé com a uva Blauer Wildbacher. Veja quadro abaixo das sete regiões:

Wachau

Grüner Veltliner, Riesling

Wagram

Wagram: Grüner Veltliner, (and possibly Roter Veltliner)

Carnuntum

Zweigelt, Blaufränkisch

Thermenregion

Zierfandler, Rotgipfler, St. Laurent, Pinot Noir

Südoststeiermark

Südoststeiermark: Weißburgunder (Pinot blanc), Morillon, Sauvignon, Traminer

Südsteiermark

Sauvignon, Muskateller, Weißburgunder, Morillon

Weststeiermark

Schilcher (Rosé wine from Blauer Wildbacher grape variety)

Com leis ainda mais rígidas, entramos agora nas nove DACs (denominação de origem austríaca) com regiões específicas e varietais na versão Classic e Reserve, conforme mapa abaixo:

DAC Gebiete

Áreas nobres austríacas

Seguindo o mesmo raciocínio anterior, as nove DACs priorizam varietais nas versões Classic e Reserve entre tintas e brancas, de acordo com cada região, conforme quadro abaixo:

Weinviertel DAC
Classic: as of the 2002 vintage
Reserve: as of the 2009 vintage

Grüner Veltliner
Classic and Reserve

Mittelburgenland DAC
as of the 2005 vintage

Blaufränkisch
Classic and Reserve

Traisental DAC
as of the 2006 vintage

Grüner Veltliner, Riesling
Classic and Reserve

Kremstal DAC
as of the 2007 vintage

Grüner Veltliner, Riesling
Classic and Reserve

Kamptal DAC
as of the 2008 vintage

Grüner Veltliner, Riesling
Classic and Reserve

Leithaberg DAC
White: as of the 2009 vintage
Red: as of the 2008 vintage

Weißwein (PB/WB, CH, GV, NB)
Red wine (Blaufränkisch)
All wines with Reserve status

Eisenberg DAC
Classic: as of the 2009 vintage
Reserve: as of the 2008 vintage

Blaufränkisch
Classic and Reserve

Neusiedlersee DAC
as of the 2011 vintage

Zweigelt (single varietal or Zweigelt-dominated cuvée)
Classic and Reserve

Wiener Gemischter Satz DAC
as of the 2013 vintage

Gemischter Satz and Gemischter Satz with a single vineyard designation

Grüner Veltliner domina as uvas brancas

O termo Classic para vinhos austríacos significa frescor, acidez, e caráter, atrelados a um terroir diferenciado. Já o termo Reserve é atribuído a um potencial alcoólico maior (mínimo de treze graus), acompanhando um melhor grau de maturação das uvas.

O selo para vinhos de qualidade exposto abaixo em branco e vermelho segue o padrão alemão com controle numérico semelhante, de acordo com análises para cada região específica e respectivas safras.

 

Selo de qualidade: topo do gargalo

Resumindo, os vinhos de qualidade austríacos mencionam uma das dezesseis regiões apresentadas (Burgenland, por exemplo) com suas respectivas uvas autorizadas. Além disso, expressões como Trocken (seco) indicando açúcar residual,  Reserve (se for o caso), e Weingut (engarrafado na propriedade), podem ser mencionadas no rótulo.

Bründlmayer: Produtor de destaque

No rótulo acima, percebemos a DAC Kamptal, a uva autorizada Riesling, o termos Reserve para maturação diferenciada das uvas, e a expressão Weingut (elaborado e engarrafado na propriedade).

Próximo artigo, mais leis e designações.

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Vinhos da Áustria: Parte I

16 de Junho de 2014

Os vinhos austríacos são pouco difundidos e pouco consumidos no Brasil. É bem verdade que a produção é relativamente pequena, mas o desconhecimento é a maior barreira. O estilo e legislação vinícola têm inspiração alemã, embora a textura de seus brancos lembrem mais os caldos alsacianos. O mapa abaixo, situa a Áustria no centro da Europa com divisas importantes, tais como, Húngria, Eslovênia e Eslováquia. A porção leste do país é efetivamente onde estão as principais regiões vinícolas.

A picture shows a map of Austria with the climate influences

Fatores de terroir: Correntes eólicas

Pelo esquema acima, podemos perceber um dos importantes fatores de terroir, esquematizado pelas três principais correntes eólicas. A primeira em azul, refere-se aos ventos frios vindos do norte. Já as outras duas, são correntes quentes vindas da planície húngara e em menor grau de influência, os ventos do Mediterrâneo. 

As quatro zonas climáticas

A Áustria apresenta quatro grandes zonas climáticas expostas no mapa acima. A primeira, zona do Danúbio, beneficia-se de grande amplitude térmica (diferença entre as temperaturas diurnas e noturnas), além do fator moderador do rio, amenizando os extremos de temperatura nas várias estações do ano. É sem dúvida, a zona mais nobre da Áustria, como veremos em artigos subsequentes. 

A zona de Weinviertel é a mais setentrional e bastante fria. O grande destaque para os vinhos brancos parte da uva autóctone e mais famosa da Áustria, Grüner Veltliner, com seus toques apimentados. Ja a zona da Panônia é relativamente mais quente, englobando regiões para cultivo das uvas tintas locais como Zweigelt, St Laurent e Blaufränkisch. Os vinhos brancos doces botrytisados também ganham destaque ao redor do famoso lago Neusiedl. Por último, a zona da Estíria (Steirmark ou Styria), pouco produtiva, apresenta vinhos bastante aromáticos num clima relativamente quente. Seus solos de origem vulcânica e também com presença de calcário são fatores relevantes.

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Distribuição da área de vinhas

Em aproximadamente quarenta e seis mil hectares de vinhas, a Áustria concentra todo seus vinhedos na porção leste do país. Regiões a oeste como o Tirol, divisa com a Itália, tem produção praticamente desprezível. Dois terços da área plantada são destinados a uvas brancas e um terço às tintas. Só a Gruner Veltliner, uva branca emblemática, responde por quase trinta por cento do plantio. Quanto às uvas tintas, a Zweigelt, uva local fruto do cruzamento das uvas St Laurent e Blaufränkisch, também autóctones da Áustria, responde por cerca de quatorze por cento do plantio austríaco.

Uvas da Asutria

A despeito de algumas uvas internacionais, a Áustria prima por elaborar vinhos autênticos com uvas locais, principalmente as tintas. Quanto a mais emblemática uva austríaca, Grüner Veltliner, há regiões onde seu cultivo gira em torno de cinquenta por cento da área de vinhas.

O consumo de vinho na Áustria gira em torno de dois milhões e seiscentos mil hectolitros (dados de 2010). Em termos de consumo per capita anual, estamos falando algo de trinta litros/habitante, enquanto a cerveja passa dos cem litros/ habitante.

Austria importação e exportação

As importações e exportações austríacas são niveladas em quantidade com números próximos de setecentos mil hectolitros para cada lado da balança. A Alemanha é disparada seu maior mercado exportador, enquanto a Itália é o país preferido com folga na importação de vinhos.

Continuamos com a Áustria no próximos artigos explorando regiões, leis, uvas, e muito mais.

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Vinhos da Suíça: Parte IV

9 de Junho de 2014

 

Finalizando os vinhos suíços, vamos explorar as duas últimas regiões vinícolas, ou seja, Neuchâtel e Suíça Oriental ou Suíça Alemã. Não são das mais destacadas, mas apresentam suas particularidades.

Neuchâtel

Situada ao norte da região de Vaud, Neuchâtel faz divisa com Jura, região montanhosa da França. Os lagos moderam o clima da região, deixando as temperaturas extremas mais moderadas. Os solos são ricos em calcário com características pedregosas em alguns casos.

Oeil-de-Perdrix: Especialidade de Neuchâtel

Para os vinhos brancos a apelação Neuchâtel é baseada na uva Chasselas. Existem alguns brancos calcados nas uvas Chardonnay, Pinot Gris e Gewürztraminer. Os espumantes leves e destinados a aperitivos são elaborados com Chardonnay e Pinot Noir. No caso dos tintos, a Pinot Noir domina amplamente na apelação Neuchâtel. Os rosés Oeil-de-Perdrix, uma especialidade local é também 100% Pinot Noir.

França, Itália e Alemanha: Influência mapeada

O mapa acima mostra em rosa toda a influência francesa, a italiana em verde, e a alemã em amarelo. Neuchâtel localiza-se próximo ao lago homônimo, a norte de Lausanne. A chamada Suíça Alemã espalha-se em pequenos nichos por toda a área amarela.

Suíça Alemã

Esta é a região mais ao norte da Suíça, com forte influência alemã. As precipitações pluviais são relativamente altas e a insolação um tanto deficiente. Os solos são calcários e em alguns casos, xistosos (pedregosos). A Müller-Thurgau (Riesling x Silvaner) domina o quadro de brancos, com alguma participação tímida das uvas Pinot Gris, Pinot Blanc, Chardonnay e Gewürztraminer. Os espumantes voltam com a Müller-Thurgau, complementada pelas uvas Chardonnay e Pinot Noir. Para os tintos, a Pinot Noir é a cepa principal, conhecida localmente como Blauburgunder. Rosés e alguns brancos também são vinificados com a Pinot Noir. Evidentemente, para os brancos, sem a presença das cascas.

Finalizando os vinhos suíços, é bom lembrarmos deles em viagens internacionais, já que a oferta em nosso mercado é praticamente nula. O atual campeão mundial, sommelier Paolo Basso é um dos especialistas neste tipo de vinho. Vale a pena prova-los, nem que for apenas por curiosidade. Contudo, os bons produtores apresentam exemplares surpreendentes, ampliando ainda mais o rico universo dos vinhos.

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Vinhos da Suíça: Parte III

5 de Junho de 2014

Voltando ao nosso mapa abaixo, veremos a seguir as regiões de Vaud e Genève ou Genebra.

Regiões próximas ao lago Léman

Vaud

A região de Vaud ao longo do lago Léman apresenta solos extremamente variados como argila, calcário, granito, vários minerais, areia, de origem glacial e aluvial. O clima é regulado pelo próprio lago amenizando temperaturas extremas tanto no verão, como no inverno. As altitudes variam entre 375 e 700 metros.

Os vinhos brancos estão calcados na uva Chasselas, emblemática na região, sob várias denominações em Chablais, La Côte, Lavaux e Nord Vaudois. Os delicados espumantes são elaborados com Pinot Noir, Chardonnay e novamente a Chasselas. Outras uvas como Riesling x Sylvaner (Müller-Thurgau) e Pinot Gris elaboram varietais em pequenas quantidades. A Chasselas responde por cerca de 63% na produção de vinhos brancos de Vaud.

Para os tintos, as uvas Pinot Noir e Gamay roubam a cena. São vinhos delicados, às vezes com as duas uvas da denominação Pinot-Gamay. Os rosés e até brancos fazem parte deste assemblage (mistura). Um rosé específico denominado Oeil-de-Perdrix é feito somente com a Pinot Noir.

Fazendo um parêntese na sub-região de Lavaux, situada entre as cidades de Lausanne e Montreux, existem dois vinhedos Grand Cru com as denominações Dézaley e Calamin que elaboram brancos singulares com a casta Chasselas. À beira do lago Léman, seus terraços com forte inclinação, solos e temperaturas diferenciados, propiciam um microclima distinto. As origens dessas terras remontam à idade média cultivadas por monges cistercienses. Outro diferencial é o forte adensamento das vinhas entre 9000 e 12000 pés/hectare, proporcionando naturalmente rendimentos muito baixos e uvas de alta concentração de aromas e sabores a serem desenvolvidos.

Dézaley: Inclinação impressionante dos vinhedos

Chasselas Grand Cru

Antes de passarmos à próxima região, vale abrir um parêntese ao produtor Marie Thérèze Cappaz, especialista nos chamados vinhos doces de colheita tardia, muitas vezes botrytisados. Pertence à sub-região do Valais, vista em artigo anterior, onde uvas locais como Petite Arvine são esplendidamente trabalhadas em todo seu potencial.

Genève ou Genebra

Esta é uma sub-região bem ao sul do lago Léman, fazendo divisa com o lado francês do Jura. O índice pluviométrico anual é relativamente baixo para padrões suíços e a insolação de certo modo surpreendente, em torno de quase duas mil horas anuais. Os solos são argilo-calcários e em alguns setores, pedregosos. A predominância do calcário em certos casos fornece um toque mineral à cepa branca principal, a Chasselas. Outros brancos baseados nas castas Chardonnay, Aligoté, Pinot Gris e Pinot Blanc vêm ganhando destaque. Os vinhos espumantes são delicados e calcados nas uvas Chardonnay e Pinot Noir. Já para os rosés e tintos, a Gamay é a uva predominante, tendo como coadjuvante a nobre Pinot Noir.

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Vinhos da Suíça: Parte II

2 de Junho de 2014

Nesta segunda parte vamos nos ater às seis regiões vinícolas da Suíça, enfatizando suas principais características, conforme quadro abaixo:

La surface viticole de la Suisse compte quelque 15’000 hectares (ha), répartis sur tout son territoire, mais pour les trois quarts en Suisse romande (francophone). Les cantons viticoles les plus importants sont: 

Valais 5’136 ha
Vaud 3’851 ha
Genève 1’288 ha
Tessin 1’036 ha
Zurich 620 ha
Neuchâtel 600 ha
(avec la région des trois lacs = 937 ha)

Valais e Vaud: regiões de destaque

Seguindo a hierarquia das áreas cultivadas acima, vamos começar pela famosa região montanhosa do Valais direcionada pelo Rio Rhône.

Região escarpada dificultando o cultivo

Valais

Região montanhosa ao longo do Rhône com vinhedos de altiturde entre 470 e 700 metros, com algumas zonas chegando a 1100 metros de altitude. Os solos são variados com presença de granito, calcário, xisto e depósito aluviais. Um vento quente chamado Foehn, próprio de regiões montanhosas, é determinante no período de maturação das uvas.

São produzidos vinhos brancos secos com as denominações Fendant (uva Chasselas), Johannisberg (uva Sylvaner) e uvas autóctones como Petite Arvine, de grande caráter. Vinhos de colheita tardia e até mesmo botrytisados são produzidos em pequenas quantidades. Vinhos espumantes são elaborados com as uvas Pinot Noir, Chardonnay e Chasselas, de estilo leve e delicado.

No lado dos tintos e rosés, as uvas Pinot Noir e Gamay roubam a cena. São elaborados brancos a partir destas cepas para a denominação Dôle Blanche. Para o rosé Oeil-de-Perdrix é utilizada apenas a Pinot Noir. A mesma pode figurar sozinha ou devidamente mesclada com a Gamay na apelação Dôle para tintos delicados. A uva Syrah é responsável pelos tintos mais encorpados do Valais. Neste estilo, as uvas autóctones Humagne Rouge e Cornalin são bem tradicionais em versões varietais.

A produção total do Valais corresponde a um terço dos vinhos suíços. É a maior região vinícola da Suíça e com maior diversidade de vinhos.

Ticino: vinhedos à beira do Lago Lugano

Ticino

Região com sotaque italiano também montanhosa, embora não tão dramática como no Valais. As altitudes variam entre 220 e 500 metros. Apesar da alta pluviosidade, é a região mais ensolarada da Suíça, sobretudo no período de maturação das uvas. Nas zonas mais altas predominam os solos de granito, calcário e areia, enquanto nas áreas de menor altitude, temos um solo argilo-calcário. 

A uva Merlot tem amplo predomínio na produção de tintos. Contudo, os vinhos brancos à base de Merlot são típicos, chamados localmente de Merlot Bianco, vinificados com a casta tinta em branco. Os rosés também são elaborados a partir da Merlot com breve maceração.

Além da Merlot, há uma pequena produção de tintas como a Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Pinot Noir. Esta última, juntamente com a Merlot e Chardonnay, participam dos vinhos espumantes desta região.

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