Carne com a cara do verão
Embora hoje em dia carpaccio tenha várias versões e não seja somente de carne bovina, estamos nos referindo àquele criado no lendário Harry´s Bar de Veneza com as devidas adaptações que individualizam cada receita.
Sem entrar em polêmica sobre a receita ideal, na maioria das versões resume-se em lâminas de carne dispostas sobre a superfície do prato besuntadas com um molho à base de mostarda, azeite e alcaparras (por favor devidamente dessalgadas). Eventualmente podemos acrescentar ao molho aceto balsâmico e cebolas finamente fatiadas em cubinhos.
Aqui observamos o quão importante é a textura de um determinado alimento, no caso, a carne bovina. É evidente que quando pensamos em carne vermelha, imediatamente lembramos de um belo vinho tinto, muitas vezes encorpado.
Neste exemplo, a lâmina de carne oferece uma textura tão delicada que a força de um tinto não é mais necessária. O que realmente determina a escolha do vinho são as armadilhas do molho onde comumente temos acidez, picância e eventualmente uma tendência salgada. Devemos lembrar também que este prato trata-se de uma entrada, embora esporadicamente, pode tornar-se o prato principal para os adeptos de uma dieta saudável.
Vinhos do Novo Mundo, sobretudo os tintos, geralmente sobrepujam o prato, além de não apresentarem frescor suficiente. Somados a fatores como tanicidade e presença de madeira, o sucesso da harmonização fica seriamente comprometido.
Etiquetas: acidez, alcaparra, azeite, barbera, cabernet franc, carpaccio, chianti, dolcetto, Harmonização, mostarda, Nelson Luiz Pereira, sommelier, tanino, tudo e nada, valpolicella, vinho sem segredo
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