Archive for Abril, 2013

Nova Zelândia: Parte I

29 de Abril de 2013

O mais novo país do chamado Novo Mundo no cenário internacional. Até os anos 70 os vinhedos neozelandeses eram inexpressivos, cultivados apenas na ilha Norte. A ilha Sul ainda era um desafio devido à latitude, ao clima frio, potencializado principalmente pelos fortes ventos vindos da parte oeste da ilha. Mas em 1985, o vinho Cloudy Bay Sauvignon Blanc elaborado com vinhas plantadas no nordeste da ilha Sul, na ainda não famosa região de Marlborough, mostrou ao mundo uma nova dimensão da Sauvignon Blanc. Com fruta exuberante e uma acidez vibrante, este Sauvignon conquistou o paladar da crítica especializada com muita repercussão no mercado internacional. Veremos em detalhes mais adiante, a razão deste sucesso. Abaixo, as principais regiões vinícolas das duas ilhas.

Diversidade de regiões nas duas ilhas

Segundo dados de 2012 do site New Zealand Wine (www.nzwine.com), a Nova Zelândia conta com pouco mais de trinta e quatro mil hectares de vinhas plantadas, sendo quase oitenta porcento de uvas brancas. A uva branca mais plantada de longe é a Sauvignon Blanc, uva emblemática deste país, com quase vinte mil hectares. Dentre as tintas, a Pinot Noir lidera com folga chegando a pouco mais de cinco mil hectares. Quanto às regiões, Marlborough na ilha Sul é a mais produtiva com sessenta e seis porcento da área total (34.269 hectares). Em seguida, a região de Hawkes Bay conta com catorze porcento da área total plantada, perfazendo pouco mais de quatro mil e oitocentos hectares. Regiões como Gisborne e Otago seguem com áreas em torno de mil e setecentos hectares cada uma. A propósito, o grande avanço da área plantada em Marlborough é preocupante no sentido da preservação do terroir original. Com a fama da região, sua expansão comprometeu a tipicidade e a concentração na maioria dos vinhos nos últimos tempos, tendo o produtor neste sentido papel fundamental. Só para se ter uma idéia, os dados de 2007 apontam pouco mais de dez mil hectares de vinhas contra dezenove mil em 2012.

Voltando ás uvas tintas, a Pinot Noir ainda é uma grande promessa deste país. Com clima relativamente frio, regiões como Martinborough (ilha Norte) e Central Otago (ilha Sul) são as mais promissoras. Neste sentido, vinícolas como Martinborough Vineyards e Rippon, respectivamente em Martinborough e Central Otago, são ótimos exemplos que nos fazem acreditar nesta promessa. Ambas são trazidas no Brasil pelas importadoras Mistral (www.mistral.com.br) e Premium (www.preimumwines.com.br), respectivamente.

Como último dado, a Nova Zelândia produziu em 2012 cento e noventa e quatro milhões de litros de vinho, sendo cento e setenta e nove milhões destinados à exportação, comprovando seu forte caráter em busca do mercado internacional. Em termos absolutos, o país não está entre os principais exportadores de vinho, mas proporcionalmente, é altamente respeitável. Seus vinhos pela qualidade, agradabilidade e exotismo conquistam cada vez mais consumidores dos mais diversos países e paladares. Austrália, Reino Unido e Estados Unidos estão entre seus principais importadores.

Próximo post, principais regiões da ilha Norte.

Abertura de Porto Vintage

25 de Abril de 2013

A abertura de Porto Vintage antigo, idealmente com algumas décadas, é sempre motivo de dúvida, além de ser uma ocasião especial. De fato, não tem sentido abri-lo novo, com menos de dez anos de safra. Geralmente, estes Portos antigos apresentam a rolha fragilizada pelo tempo. Existe uma corrente que diz para os Portos Vintages serem estocados com a garrafa em pé, e não deitada. Segundo estes, o natural ressecamento da rolha é compensado pelo não contato com o álcool, agente que pode degradá-la por sua ação corrosiva em longo tempo de armazenamento. Devemos lembrar que Portos são vinhos fortificados e portanto, sujeitos a graduações alcoólicas próximas de vinte graus. Por esse motivo, os portugueses criaram um instrumento de abertura chamada Tenaz, uma espécie de tesoura de jardineiro com as terminações forjadas em ferro de tal modo, que abraçam perfeitamente o gargalo da garrafa. O vídeo abaixo ilustra o fato.

http://youtu.be/8p0-gJF65q8

Além de toda a classe do Master sommelier Ronan Sayburn, alguns pontos devem ser atentamente observados. Em primeiro lugar, a remoção total da cápsula da garrafa. O copo de água gelada para provocar o choque térmico e a pena. Por fim, a utilização de um tecido, normalmente a musselina, servindo como filtro para a espessa borra destes grandes Vintages. Reparem que a vela serviu mais como um instrumento decorativo, sem grande utilidade. De fato, as garrafas escuras, quase negras, dos Portos Vintages, dificultam a perfeita visualização do sedimento ao passar pelo gargalo da garrafa. Esta é a verdadeira razão para a utilização do filtro em questão. Aliás, a musselina fornece a trama ideal de tecido para reter com eficiência os sedimentos destes vinhos. Na falta da pena, pode ser usado um guardanapo molhado ou então, cubos de gelo.

Consumo Mundial de Vinhos

22 de Abril de 2013

Segundo dados recentes, parece que o consumo mundial de vinhos tende a estabilizar em torno dos duzentos e cinquenta milhões de hectolitros anuais, conforme tabela abaixo.

França e Estados Unidos: disputa acirrada

A França continua puxando a fila, mas os Estados Unidos parece que tomou conta do segundo lugar, embora seja um país de dimensões continentais. Itália e Espanha continuam descendo a ladeira, enquanto os demais apresentam certa estabilização. A China ainda consome pouco em termos absolutos, mas qualquer centésima porcentagem de sua população que resolver tomar vinho é sempre um potencial altamente considerável.

França e Portugal: mantendo as tradições

O consumo per capita conforme tabela acima, mostra França e Portugal com bastante força, mesmo que em algumas décadas atrás, estes números giravam em torno de cem litros anuais por habitante. Itália e Argentina ainda mantêm bons números de consumo, os quais já foram bem melhores num passado não muito distante. A China é um gigante por enquanto adormecido. Entretanto, se seus atuais 1,3 litros/habitante passarem a somente 3,0 litros/habitante, este país será com folga o maior consumidor mundial de vinhos. Nosso Brasil, não é de hoje, luta para ultrapassar a marca de dois litros anuais por habitante. E dá-lhe cerveja pessoal!

Vinhos do Buçaco

18 de Abril de 2013

Calma! Não é nenhum palavrão. Este é o nome de um dos mais importantes palácios reais de Portugal, transformado em hotel a partir da década de vinte do século passado. Aliás, duas grafias são aceitas, Buçaco ou Bussaco. Nas garrafas de vinho, a primeira. No site do hotel, a segunda (www.almeidahotels.com). 

Tecnica e historicamente, estes vinhos podem ser comparados ao mítico Barca Velha, em prestígio e nobreza, embora de regiões distintas. Localizado praticamente na divisa entre Dão e Bairrada, o palácio (foto abaixo) utiliza uvas das duas regiões. Possivelmente, não teve a repercussão comercial do Barca Velha, já que os vinhos eram e são consumidos exclusivamente por hóspedes do hotel, fazendo questão de não vendê-los fora de seus domínios. Segundo a importadora Mistral (www.mistral.com.br),  a mesma é a única no mundo que conseguiu a proeza de sua comercialização.

Localizado entre Dão e Bairrada

A história dos vinhos começou com senhor Alexandre de Almeida, homem refinado no ramo da hotelaria, fundador de vários hotéis em Portugal. Na época, concebeu a ideia de elaborar os vinhos nas dependências do palácio, utilizando castas locais da região. Era uma forma de cultivar as tradições locais, mantendo a exclusividade e tipicidade dos vinhos. Dentro deste contexto, brancos e tintos eram elaborados com castas da Bairrada e Dão, regiões que circundavam a área do palácio numa vasta floresta homônima. Para os brancos, predominavam as uvas Encruzado, Bical e Maria Gomes e para os tintos, Baga e Touriga Nacional. A vinificação é tradicional, com boa extração de cor e taninos, além de utilização de grandes tonéis de madeira, nunca nova. Os vinhos após o engarrafamento, são guardados na adega do palácio para um posterior consumo. É necessário este período em ambiente de redução (envelhecimento na garrafa), para que suas reais qualidades sejam apreciadas. Ideia semelhante, percebemos no grande Barca Velha também. No hotel, há safras a partir da década de quarenta. Atualmente, são produzidas cerca de trinta mil garrafas por safra, entre tintos e brancos.

Safra 2001: Um verdadeiro infanticídio

Esta safra consumida há pouco tempo (safra 2001 na foto acima) nos dá uma ideia da longevidade destes vinhos. A cor de rubi intenso e muito vivo, nem de longe mostra sua idade. Os taninos estão bem presentes, emoldurados por toques balsâmicos advindos da madeira. Equilibrado, persistente e muito elegante. Longa vida pela frente.

Michael Broadbent (Decanter) em algumas safras antigas, compara estes vinhos ao Château Lafite. Talvez ele tenha razão, os vinhos são misteriosos e muito elegantes.

Os brancos também seguem o mesmo padrão de longevidade. A fruta com características tropicais e citrinas está sempre envolvida em toques resinosos e minerais. Para quem gosta de brancos de personalidade, é ótima companhia para um belo bacalhau.

Principais Uvas Européias

15 de Abril de 2013

Estudos recentes mostram o panorama atual do vinhedo europeu, destacando-se os principais países como Espanha, França e Itália. O quadro abaixo mostra as principais uvas plantadas em milhares de hectares. 

Uvas espanholas no topo da lista

Para quem já sabia, a uva branca espanhola Airén reina absoluta no vinhedo espanhol, sobretudo nas regiões de La Mancha e Valdepeñas. Embora com produção bem mais modesta que de outros tempos, ainda se presta para vinhos baratos,  para misturas com outras castas, e também para destilação na elaboração de Brandies, inclusive no famoso Brandy de Jerez. Esta uva sozinha apresenta o dobro de área plantada de toda a Alemanha.

Outra espanhola no topo da lista é a onipresente Tempranillo. Com vários sinônimos por toda a Espanha, ganhou fama e prestígio sobretudo nas regiões de Rioja e Ribera del Duero. Nos últimos tempos, ganhou força nas regiões de La Mancha e Castilla y Léon.

A Merlot continua sendo a grande tinta francesa, inclusive na região de Bordeaux, embora a Cabernet Sauvginon tenha sua força. Aliás, estas duas castas bordalesas ganham prestígio na Itália, principalmente na região da Toscana com os famosos e badalados supertoscanos.

A Grenache ou Garnacha divide sua fama entre Espanha e França. Belos exemplares espanhóis são elaborados com vinhas velhas, enquanto do lado francês, o Rhône Sul e Languedoc respondem por sua expansão.

A insípida Trebbiano ou Ugni Blanc vem caindo cada vez mais em território italiano. Do lado francês, o firme cultivo está baseado no grande destilado do país, o todo poderoso Cognac.

Dentre as tintas italianas, a Sangiovese continua absoluta não só na Toscana, bem como em toda a Itália Central. Emilia-Romagna e Marche principalmente, são regiões de grande cultivo.

Pinot Noir e Gamay fecham a lista em disputa acirrada não só na Borgonha, berço das duas cepas, como em várias apelações no vale do Loire.

Vinhos que vencem o tempo

11 de Abril de 2013

Dos muitos ditados sobre vinhos, um dos mais ilusórios é o que diz: “Vinho, quanto mais velho, melhor”. Na prática, isso vale para cerca de dois porcento dos vinhos produzidos no planeta. Poucos passam dos dez anos em plena forma, sem sinais de declínio. Portanto, quando nos deparamos com essas raridades, vale a pena comentá-las.

Didier Dagueneau Silex 2005

Morto há poucos anos em um acidente de ultraleve, Didier Dagueneau foi um dos mais talentosos vinicultores do Loire, notadamente da apelação Pouilly-Fumé, que ele fazia questão de nominá-la Blanc Fumé de Pouilly. Sua cuvée Silex faz menção a um dos famosos terroirs da apelação com solo pedregoso de nome homônimo. Apesar de seus oito anos de safra, a fruta delicada estava bem presente, envolta num mineralidade extremamente elegante. O equilíbrio é seu ponto alto, com final persistente, harmônico e em plena forma. Vinhas antigas, uma grande safra e um vinicultor brilhante, geralmente culminam nestas maravilhas.

Vega-Sicilia Valbuena 5º Año 1999

Este é um daqueles segundos vinhos que só dignifica o grand vin que está por trás. Geralmente, são vinhas mais jovens, partidas que não estão à altura do grande Vega, pois a exigência é cruel. Mas é com este rigor, que grandes nomes são feitos, mesmo em seus exemplares mais humildes. Nesta safra, foram mescladas as uvas Tempranillo (80%), Merlot e Malbec (20%). Seu amadurecimento em madeira, extremamente peculiar, deu-se com cinco meses em tonéis de 20.000 litros, seguido em barricas novas de carvalho americano e francês por dezesseis meses, e voltando aos tonéis até o ano de 2002, antes do engarrafamento. Só começou a ser comercializado em 2004.

Esta amosta, com seus catorze anos de safra, diga-se de passagem, não foi uma grande safra, não mostrou sinais da idade. Aliás, esta é uma marca registrada da bodega Vega-Sicilia. Nunca tente adivinhar um Vega pela cor. Deve haver alguma magia no amadurecimento longo em madeira. Voltando à cor, ainda tinha traços violáceos. Os aromas finos mesclavam com maestria fruta e madeira num final balsâmico. Novamente, o equilíbrio de boca notável. Nada era muito potente, mas extremamente fino.

Henri Gouges Nuits-St-Georges Premier Cru Clos des Porrets 1998

Para muitos, guardar borgonhas tintos pode ser uma temeridade. São muito frágeis, delicados e com pouca estrutura tânica. Porém, nunca duvide de um Nuits-St-Georges, principalmente um Henri Gouges. Este exemplar com uma cor impressionante tinha taninos de um autêntico Barolo. Firme, musculoso e profundo. Seus aromas terrosos, de cerejas escuras e alcaçuz eram os mais destacados. Grande equilíbrio e persistência, mostrando outras facetas da Pinot Noir.

Sedimentos deixados pelo tempo

Pela foto acima, não há como deixar de decantar um vinho desses. Mais um contradição para aqueles que dizem que borgonhas não se decantam. Produtores e terroirs diferenciados nunca seguem regras. Eles caminham longe da padronização, por isso são únicos.

Estados Unidos: Importador ou Exportador?

8 de Abril de 2013

Aqui no Brasil, sempre ouvimos falar que os Estados Unidos consomem todo vinho que produz, além de ser um dos maiores importadores mundiais de bebidas, não só vinho. Juntamente com o Reino Unido e Alemanha, forma o chamado trio de ferro da importação mundial. De fato, este país é o quarto maior produtor de vinhos do mundo e também grande importador da bebida, mas exporta de forma significativa e evidentemente, não é para o Brasil. Por isso, temos a falsa ideia de que as exportações americanas são quase insignificantes. Para mudar esta visão, dê uma olhada nas tabelas abaixo:

Exportações mundiais em bilhões de euros

Sabemos que os três grandes países europeus (França, Itália e Espanha) são os maiores exportadores mundiais, seguidos por Austrália e Chile. Contudo, vejam os Estados Unidos em sexto lugar com bastante consistência de crescimento ano após ano. E para onde vai este vinho? Como já dissemos, não é para o Brasil. Seus grandes clientes são Europa e Canadá, principalmente, seguidos por Hong Kong e Japão, conforme tabela abaixo:

Valores em milhões de dólares

Um aspecto comparativo importante a ser considerado entre Europa e Canadá é a grande diferença do preço médio por garrafa. Os canadenses buscam rótulos mais sofisticados, de melhor qualidade, e portanto mais caros. Para valores semelhantes de exportação, os europeus compraram cerca de 228 millhões de litros em 2012, enquanto os canadenses apenas 76 milhões de litros. Num grau maior de sofisticação está Hong Kong, com apenas 17 milhões de litros. Japão e China mantêm valores médios intermediários entre Europa e Canadá.

Brasil no fim da fila

Países como Colômbia e República Dominicana estão a frente do Brasil, sem dizer que o pouco que vem para cá é extremamente caro. Para quem quiser se aventurar nos vinhos californianos, a importadora Smart Buy Wines tem boas ofertas, sendo uma das únicas especializadas no assunto (www.smartbuy.com.br). 

Paolo Basso: Título em boas mãos

4 de Abril de 2013

Já no mundial anterior realizado no Chile, Paolo Basso impressionou com seu desempenho ao lado de Gérard Basset, o campeão na época. Neste evento da ASI (Association de La Sommellerie Internationale) realizado no Japão em março deste  ano (2013) não deu zebra. Paolo Basso, italiano radicado na Suiça, demonstrou com méritos, porque é um dos melhores do mundo. Embora haja sempre um componente político na decisão, os títulos mais importantes da Europa e as sucessivas participações expressivas no certame, o credencia naturalmente ao posto de melhor do mundo. Neste mesmo caminho, está a competente sommelière canadense Véronique Rivest. Como vice-campeã neste ano, se conseguir manter performances semelhantes nos próximos campeonatos, deverá tornar-se em breve a primeira campeã mundial da história. Mais um feito inédito para as mulheres.

decantação de um bordeaux antigo

O vídeo acima mostra a decantação correta do Château La Gaffelière 1985, um dos grandes tintos de Saint-Emilion, em seis minutos para oito pessoas. Eu costumo dizer, se Paolo Basso não conseguir cumprir o tempo, dificilmente outro sommelier cumprirá. Tanto é verdade, que os outros dois finalistas não terminaram totalmente o serviço. É impressionante a agilidade deste profissional, com movimentos rápidos, precisos e extremamente elegantes. Não tente imitá-lo de cara, a chance de um desastre é grande.

Alguns detalhes do serviço a serem observados: opção da retirada total da capsúla. Para vinhos antigos, há uma melhor visualização da rolha. A colocação das taças na mesa e o respectivo serviço obedeceram os critérios de sexo e idade. A opção de não avinhar o decanter (não é obrigatória, desde que o mesmo esteja totalmente limpo e seco) ganhou segundos preciosos para o tempo de serviço. Houve um pequeno deslize em não limpar o gargalo da garrafa após a retirada da rolha. Quase que ele acaba esquecendo de entregar a rolha ao cliente. Normalmente, esta entrega é feita antes da prova do vinho. Mas convenhamos, a pressão não é fácil.

Paolo Basso trabalha no restaurante Conca Bella na comuna de Vacallo, cantão italiano, (Ticino) Suiça. Maiores informações: http://www.paolobasso.ch 

Este prato é o Massimo!

1 de Abril de 2013

Não é erro de grafia não. O restaurante Massimo foi um dos ícones da gastronomia paulistana, sobretudo nos anos oitenta. É uma homenagem também a Saul Galvão, recentemente falecido, que adorava este restaurante.

Massimo

Livro Prazeres da Mesa (Saul Galvão)

Este prato envolve vários ingredientes, tais como: Brócolis, tomates em molho e em tiras, azeitonas, parmesão, manjericão e os famosos polpetini (espécie de almôndegas bem pequenas, do tamanho de um brigadeiro de festa). Para as almôndegas, cada um tem sua receita, mas é bom incorporar farinha de rosca para dar liga. Na mesma panela após a fritura das mesmas, adicionar alho, as tiras de tomate, o molho de tomate (vejam na foto, que a massa não fica nadando no molho). Em seguida, adicionar a massa al dente, as flores de brócolis cozidas (os cabinhos mais tenros do vegetal), o manjericão, as azeitonas partidas ao meio e o parmesão ralado. Acertar o sal e servir.

O parmesão, as azeitonas e o tomate, preferencialmente, pedem um vinho italiano. Baseado em algumas ofertas da importadora Vinci (www.vinci.com.br), seguem duas indicações não muito conhecidas do grande público para este prato: um Rosso di Montepulciano da cantina Dei, uma das referências para esta denominação de origem; e um Cannonau di Sardegna, denominação famosa da ilha homônima, da reputada vinícola Argiolas.

O primeiro é um tinto toscano elaborado em Montepulciano fundamentalmente com a uva Sangiovese, acrescida por pequenas parcelas de Canaiolo e Merlot. Breve passagem por madeira de grandes dimensões, antes do engarrafamento. Corpo e acidez adequados ao prato.

Para quem gosta de um vinho mais macio, a segunda opção é bastante convidativa. Este tinto sardo é elaborado com Grenache ou Garnacha (conhecida localmente como Cannonau) e pitadas de Carignano e Bovale. A passagem por madeira é um pouco mais intensa, mas sempre no sentido da micro-oxigenação. 

As duas safras disponíveis na importadora são do ano 2009, mantendo o lado frutado e um bom frescor.


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