A abertura de Porto Vintage antigo, idealmente com algumas décadas, é sempre motivo de dúvida, além de ser uma ocasião especial. De fato, não tem sentido abri-lo novo, com menos de dez anos de safra. Geralmente, estes Portos antigos apresentam a rolha fragilizada pelo tempo. Existe uma corrente que diz para os Portos Vintages serem estocados com a garrafa em pé, e não deitada. Segundo estes, o natural ressecamento da rolha é compensado pelo não contato com o álcool, agente que pode degradá-la por sua ação corrosiva em longo tempo de armazenamento. Devemos lembrar que Portos são vinhos fortificados e portanto, sujeitos a graduações alcoólicas próximas de vinte graus. Por esse motivo, os portugueses criaram um instrumento de abertura chamada Tenaz, uma espécie de tesoura de jardineiro com as terminações forjadas em ferro de tal modo, que abraçam perfeitamente o gargalo da garrafa. O vídeo abaixo ilustra o fato.
Além de toda a classe do Master sommelier Ronan Sayburn, alguns pontos devem ser atentamente observados. Em primeiro lugar, a remoção total da cápsula da garrafa. O copo de água gelada para provocar o choque térmico e a pena. Por fim, a utilização de um tecido, normalmente a musselina, servindo como filtro para a espessa borra destes grandes Vintages. Reparem que a vela serviu mais como um instrumento decorativo, sem grande utilidade. De fato, as garrafas escuras, quase negras, dos Portos Vintages, dificultam a perfeita visualização do sedimento ao passar pelo gargalo da garrafa. Esta é a verdadeira razão para a utilização do filtro em questão. Aliás, a musselina fornece a trama ideal de tecido para reter com eficiência os sedimentos destes vinhos. Na falta da pena, pode ser usado um guardanapo molhado ou então, cubos de gelo.
Etiquetas: decantação, filtro, master sommelier, musselina, Nelson Luiz Pereira, pena, porto vintage, Ronan Sayburn, sommelier, tenaz, tong, tudo e nada, vinho sem segredo, vintage port
Deixe uma Resposta