Dando prosseguimento aos vinhos austríacos, vamos abordar algumas particularidades sobre as leis e designações dos mesmos. Como em todo país, há sempre a base da pirâmide com os chamados vinhos de mesa, bastantes genéricos, irregulares e sem grandes interesses, salvo casos pontuais. Em seguida, temos os chamados vinhos da terra (land wine), um degrau acima designando três grandes sub-regiões, conforme mapa abaixo:
Weinland e Steireland destacam-se
Genericamente, podemos falar em trinta e cinco uvas (varietais) distribuídas em nove regiões, desmembrando um pouco mais o mapa acima. Abaixo, temos essas áreas demarcadas e com seus respectivos números.
Áreas pouco produtivas (centro e oeste)
Contudo, ainda não estamos falando dos melhores vinhos austríacos. Os chamados vinhos de qualidade têm inspiração alemã (Qualitätswein). E aí sim, estamos falando da famosa parte leste do país. Atualmente, são dezesseis regiões de qualidade repartida em dois grandes grupos: sete regiões específicas focadas em varietais; e nove regiões especiais denominadas DAC (Districtus Austriae Controllatus, em latim), uma espécie de denominação de origem, conforme mapas abaixo:
Sete regiões focadas em varietais
Cada uma das sete regiões foca seus vinhos em varietais específicos objetivando qualidade. Wachau, por exemplo, segue a linha dos brancos com as uvas Grüner Veltliner e Riesling. Já Weststeiermark destaca-se pelo rosé com a uva Blauer Wildbacher. Veja quadro abaixo das sete regiões:
Wachau |
Grüner Veltliner, Riesling |
---|---|
Wagram |
Wagram: Grüner Veltliner, (and possibly Roter Veltliner) |
Carnuntum |
Zweigelt, Blaufränkisch |
Thermenregion |
Zierfandler, Rotgipfler, St. Laurent, Pinot Noir |
Südoststeiermark |
Südoststeiermark: Weißburgunder (Pinot blanc), Morillon, Sauvignon, Traminer |
Südsteiermark |
Sauvignon, Muskateller, Weißburgunder, Morillon |
Weststeiermark |
Schilcher (Rosé wine from Blauer Wildbacher grape variety) |
Com leis ainda mais rígidas, entramos agora nas nove DACs (denominação de origem austríaca) com regiões específicas e varietais na versão Classic e Reserve, conforme mapa abaixo:
Áreas nobres austríacas
Seguindo o mesmo raciocínio anterior, as nove DACs priorizam varietais nas versões Classic e Reserve entre tintas e brancas, de acordo com cada região, conforme quadro abaixo:
Weinviertel DAC |
Grüner Veltliner |
---|---|
Mittelburgenland DAC |
Blaufränkisch |
Traisental DAC |
Grüner Veltliner, Riesling |
Kremstal DAC |
Grüner Veltliner, Riesling |
Kamptal DAC |
Grüner Veltliner, Riesling |
Leithaberg DAC |
Weißwein (PB/WB, CH, GV, NB) |
Eisenberg DAC |
Blaufränkisch |
Neusiedlersee DAC |
Zweigelt (single varietal or Zweigelt-dominated cuvée) |
Wiener Gemischter Satz DAC |
Gemischter Satz and Gemischter Satz with a single vineyard designation |
Grüner Veltliner domina as uvas brancas
O termo Classic para vinhos austríacos significa frescor, acidez, e caráter, atrelados a um terroir diferenciado. Já o termo Reserve é atribuído a um potencial alcoólico maior (mínimo de treze graus), acompanhando um melhor grau de maturação das uvas.
O selo para vinhos de qualidade exposto abaixo em branco e vermelho segue o padrão alemão com controle numérico semelhante, de acordo com análises para cada região específica e respectivas safras.
Selo de qualidade: topo do gargalo
Resumindo, os vinhos de qualidade austríacos mencionam uma das dezesseis regiões apresentadas (Burgenland, por exemplo) com suas respectivas uvas autorizadas. Além disso, expressões como Trocken (seco) indicando açúcar residual, Reserve (se for o caso), e Weingut (engarrafado na propriedade), podem ser mencionadas no rótulo.
Bründlmayer: Produtor de destaque
No rótulo acima, percebemos a DAC Kamptal, a uva autorizada Riesling, o termos Reserve para maturação diferenciada das uvas, e a expressão Weingut (elaborado e engarrafado na propriedade).
Próximo artigo, mais leis e designações.
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