Quando pensamos em Montrachet, imediatamente nos transportamos para a essência de um grande Borgonha. E quando falamos de Le Montrachet, falamos do Romanée-Conti de todos os grandes brancos da Côte de Beaune. Contudo, seria mais prudente compararmos este esplêndido vinhedo de pouco mais de oito hectares à comuna de Vosne-Romanée, pois temos vários produtores. Dentre os grandes, numa verdadeira batalha de titãs, Domaine Leflaive, pessoalmente, é a grande referência. A razão é simples, é especialista neste pequeno pedaço de terra com todos os prefixos Montrachet, sendo cinco hectares na apelação Grand Cru, e pouco mais de onze hectares na apelação Premier Cru, todos de altíssimo nível. Veja o vídeo abaixo, com madame Anne-Claude Leflaive e sua filosofia biodinâmica.
O quadro abaixo nos mostra os principais vinhedos do domaine com Premiers Crus notáveis. O trabalho na vinha dispensa comentários; é preciso, e com todo o rigor biodinâmico.
Lotes muito bem selecionados
Quanto à vinificação, de acordo com a matéria-prima, o processo desenvolve-se naturalmente, respeitando os respectivos terroirs. Para o Grand Vin, Le Montrachet, a fermentação dá-se em barricas de carvalho novas de Allier (carvalho ultra refinado), seguindo-se doze meses de amadurecimento sur lies com bâtonnage, e mais seis meses em carvalho de um ano de uso, antes do engarrafamento com filtragem extremamente ligeira, se necessário.
Montrachet: Berço espiritual da Chardonnay
Para os demais Grands Crus (Chevalier, Bâtard e Bienvenues), o processo é semelhante com algumas variações: apenas 25% de madeira nova. O carvalho, além de Allier, participa o da floresta de Vosges. E o amadurecimento de doze meses em barricas, é complementado por mais seis meses em cubas.
Para os Premiers Crus, todo o ritual é praticamente igual a dos vinhos acima citados, com pequenas variações na porcentagem de madeira nova. Os vinhos são de grande categoria, sendo os vinhedos Les Pucelles e Le Clavoillon, os maiores em área (em torno de quatro hectares cada um).
Para aqueles que querem se aventurar na magia destes Grands Crus, podemos dizer que Chevalier-Montrachet é o mais delicado, com uma elegância ímpar. Seu solo é o mais pedregoso e de ótima drenagem. Já Bâtard-Montrachet é o mais denso, encorpado, por conta de seu solo mais argiloso em relação ao calcário. Por fim, Le Montrachet, a perfeição, unindo a elegância de Chevalier e a robustez de Bâtard, com muito equilíbrio, profundidade e expansão. Todos eles de grande guarda. Tenha paciência para pelo menos dez anos de espera, antes de abri-los.
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22 de Julho de 2013 às 10:49 AM |
Nas grandes safras, o vinho a se comprar, pelo preço, é o Pucelles. O 2004 é do cacete. São incompráveis no Brasil, mas lá fora dá para conseguir ótimo preço.
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22 de Julho de 2013 às 11:06 AM |
De fato, os preços no Brasil são proibitivos.
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22 de Julho de 2013 às 10:52 AM |
O mais raro grand cru para se comprar é o Criots, não? POuca gente o tem. Acho que o Sauzet é um deles. Interessante que nenhum produtor tem os cinco grand crus, sempre vai faltar um.
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22 de Julho de 2013 às 11:05 AM |
No caso do Lelaive, Criots fica do lado de Chassagne. Portanto fora de seus domínios.Leflaive é essencialmente Puligny.
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22 de Julho de 2013 às 11:20 AM |
Sim, sei disso. Mas, mesmo produtor que vinifica em Meursault, Chassagne e Puligny, não consegue disponibilizar os cinco crus que levam Montrachet como sobrenome. E que eu me lembre nem négociant com grande portfólio consegue essa proeza. Isso que torna difícil fazer uma degustação às cegas com os 5 grands crus de um mesmo produtor.
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22 de Julho de 2013 às 12:06 PM |
Nesse ponto você tem razão. Outra dificuldade é que este vinhedo é muito pequeno, limitando o número de produtores.
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