A foto abaixo faz parte de uma vertical de Vega com muitas das melhores safras deste grande vinho. Por ordem cronológica, os anos foram: 1942, 1964, 1967, 1968, 1970, 1975, 1982, 1989, 1991, 1994, 1998, 2000 e um Reserva Especial com a mescla das safras 91, 94 e 98.
As safras de 1975, 1989 e 1998
A degustação foi conduzida em quatro módulos, começando com os mais evoluídos, seguidos dos mais maduros, continuando com os mais emblemáticos e finalizando com os mais jovens. Como sempre, muita polêmica quanto às safras, com alguns preferindo os mais jovens, mais modernos e mais robustos. Outros, reverenciando o estilo tradicional de safras mais antigas, com elegantes toques oxidativos.
Pessoalmente, a degustação agradou bastante, provando que o Vega é um dos grandes vinhos do mundo, tendo lugar cativo nas melhores adegas. A safra 1942 com setenta anos foi o Vega mais elegante e um dos mais expansivos em boca. Não é a toa que é a preferida de Parker com 98+ pontos. Alguns sinais da idade, mas ainda bastante prazerosa.
Outro destaque foi a safra de 1968 com 98 pontos de Parker. Ainda bastante robusta pela idade, com taninos presentes, vigor surpreendente, merece lugar de destaque entre todos os Vegas. A safra de 1970, degustada há muitos anos, voltou a impressionar mais uma vez. Vinho hedonista, aromas de torrefação, madeira integrada, macio, muito equilibrado e finamente bem acabado.
A safra de 1967, sem nenhuma referência na literatura, inclusive de Parker, surpreendeu favoravelmente. Não é potente, nem muito expansivo, mas esbanja elegância com extremo equilíbrio e final muito bem delineado. Uma grata surpresa.
Os Vegas mais novos, principalmente a partir de 1991, ainda são adolescentes, com uma vinificação mais moderna, taninos mais marcados, e mais potentes, porém sem perder a elegância. Demonstram um futuro promissor.
Todas essas considerações além de pessoais, envolvem a experiência, o gosto pela pluralidade dos vinhos e o respeito por ícones que mexem com o imaginário dos apaixonados por vinho. Portanto, as opiniões sobre estas safras sempre têm um fundo de incerteza e subjetivismo. Afinal, em safras antigas, não existem grandes anos. Existem grandes garrafas!
Etiquetas: cabernet sauvignon, degustação vertical, Nelson Luiz Pereira, ribera del duero, robert parker, sommelier, tempranillo, tinto fino, tudo e nada, vega sicilia, vinho sem segredo
22 de Março de 2012 às 11:25 AM |
Olá Nelson,
Recentemente consegui uma garrafa do Vega 1967 (ano de meu nascimento), vinho do qual sou um fã incondicional, e fiquei surpreso com a ausência de informações (e avaliações) sobre ele.
Os dados técnicos sobre ele consegui diretamente da vinícola, mas avaliações… nada. Seu post veio preencher esta lacuna.
Parabéns bela grandiosa degustação!
Abs,
Luiz Cola
http://www.vinhosemaisvinhos.com
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22 de Março de 2012 às 12:35 PM |
Caro Luiz,
fico feliz por tê-lo ajudado. Acompanho sempre seus artigos. Seu blog é muito dinâmico. Um abraço,
Nelson
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