Tempos atrás fiz um ranking pessoal dos melhores tintos de Bordeaux provados ao longo de mais de 20 anos. Agora, chegou a vez dos tintos da Borgonha. É sempre uma escolha difícil, até porque a memória nos trai. Em todo caso, segue abaixo alguns vinhos com a ressalva ao longo do tempo de serem modificados. De qualquer modo, são vinhos especiais, e que dificilmente irão decepcionar aqueles que experimentarem. É bom frisar também, que não sou um especialista na matéria, mas alguém já disse: o gosto é soberano!
Hug Johnson: Um dos melhores vinhedos sobre a Terra
A ordem da lista não significa prioridades ou escala de pontuação. Evidentemente, são vinhos sob meu critério, acima de 95 pontos, ou seja, obras de arte.
- DRC Romanée-Conti 1985
vinho difícil que precisa de tempo. acho que com seus mais de trinta aninhos mostra suas verdadeiras virtudes.
- DRC La Tâche 1990
normalmente, agrada mais que o mito acima na maioria das vezes.
- DRC Romanée-St-Vivant 1978
um vinho de sonhos. É o meu preferido do Domaine e nesta safra, extrapola as expectativas.
- Henri Jayer Cros Parantoux 1988
aqui é um homenagem ao monstro sagrado da Borgonha, Henri Jayer. Poderia ser outra safra ou qualquer um de seus tintos. A delicadeza e longevidade desses vinhos não tem descrição a meu ver.
- Clos de Tart
Novamente, independe da safra. particularmente, as safras 88 e 96 são magnificas. Um dos poucos da Borgonha capazes de encarar o mito (Romanée-Conti).
- Domaine Jacques-Frédéric Mugnier Chambolle-Musigny Premier Cru Les Amoureuses
Independente da safra, mas com este produtor. você não completará a Borgonha sem ter provado esta obra-prima. A linha tênue que separa o encantamento da mediocridade, só Mugnier chegou mais perto.
- Domaine Ponsot
Independente de safra, seus Grands Crus Clos St Denis e Clos de La Roche, todos vinhas velhas, são de uma profundidade impar. O silencio depois da prova é inevitável.
- Domaine Rousseau
Seus Chambertins são espetaculares. Difícil escolher um. Até seu Premier Clos St-Jacques é inesquecível.
- Domaine Méo-Camuzet
Seus Grands Crus Richebourg e Clos de Vougeot são raros, caros e divinos. A essência de Vosne-Romanée.
- Domaines Michel Lafarge e/ou Marquis D´Angerville
Uma homenagem aos tintos da Côte de Beaune com dois domaines espetaculares. Não são Grands Crus, mas seus Volnay topo de gama são de uma delicadeza impar. Lafarge, mais feminino. D´Angerville, mais viril. Premiers Crus como Clos des Chênes, Chateau des Ducs e Clos des Ducs, são sensacionais e podem envelhecer dignamente.
Terroir de séculos
Reparem que com exceção do último vinho, todos os demais são da Côte de Nuits, berço espiritual da Côte d´Or e por conseguinte, de toda a Borgonha. Todos são Grands Crus distribuídos pelas famosas comunas de Vosne-Romanée, Chambolle-Musigny, Morey-St-Denis e Chambertin.
exclusividade: menos de meio hectare
Além dos Premiers Crus da Côte de Beaune como última indicação, Les Amoureuses também inclui-se nesta classificação. Contudo, este tinto por si só, já é uma exceção.
o mito engarrafado
Há uma lacuna nesta classificação que precisa ser explicada. Os vinhos do Domaine Leroy. Infelizmente, os vinhos tintos do Domaine e não da Maison Leroy ainda não os provei. O branco Corton-Charlemagne é divino. Penso que os tintos devem seguir o mesmo caminho. Como disse, uma lista como essa jamais pode ser definitiva. A fila anda …
a epítome da delicadeza
Todos esses vinhos são tintos de guarda que precisam pelo menos dez anos para se expressarem plenamente, alguns bem mais, especialmente Romanée-Conti, Clos de Tart e Domaine Ponsot.
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