Já falamos em artigos passados sobre particularidades do terroir chileno (vide artigo intitulado: Terroir Chileno). Recentemente, na metade de 2011, houve uma reformulação da nomenclatura dos atuais vales chilenos baseada no conceito de terroir. Pouco a pouco, o Novo Mundo vai detalhando seus territórios vitícolas e colocando os devidos pingos nos is. É um processo lento, natural e inexorável.
Logos das novas zonas nos rótulos das garrafas
Com a descoberta do vale de Casablanca por Pablo Morandé no início dos anos 80, novos vales surgiram ao longo do tempo, ampliando muito os horizontes, além do clássico vale Central.
No mapa acima, as áreas em azul representam os vales frios do Chile, onde as brisas geladas do Pacífico beneficiam uvas de maturação precoce como a Chardonnay, Sauvignon Blanc e Pinot Noir. Casablanca e San Antonio são exemplos clássicos.
As áreas em verde representam basicamente as planícies entre cordilheiras (da Costa e dos Andes), vide esquema abaixo. Essas áreas normalmente têm proteção parcial da influência marítima, com temperaturas médias um pouco mais altas. Mais de sessenta porcento da produção chilena vem destas demarcações. É bom ressaltar que estas áreas podem ser um tanto heterogêneas, pois a proteção da cordilheira da Costa é bastante variável em termos de topografia e altitude, além de composição de solos diversos. A emblemática uva chilena Carmenère encontrou em Cachapoal, um dos vales nestas áreas, seu terroir ideal, mais especificamente em Peumo. A sintonia entre a influência climática parcial da costa e solos com umidade adequada são fatores primordiais para seu pleno e difícil amadurecimento.
Esquema do terroir chileno
Já as áreas em laranja representam os vinhedos em encostas nos sopés dos Andes. Aqui basicamente temos a produção dos grandes tintos chilenos baseados em Cabernet Sauvignon de classe internacional. Para a perfeita maturação desta casta tardia, além do solo pedregoso de origem aluvial, os dias são ensolarados e as noites frias, proporcionando grande amplitude térmica. De fato, ao anoitecer, correntes geladas descem das montanhas (Andes), inundando os vinhedos. Basicamente, este terroir concentra-se no chamado vale Central, tendo o Alto Maipo como destaque.
Portanto, em safras chilenas mais recentes poderemos encontrar essas informações adicionais das novas zonas, inclusive com seus respectivos logos, conforme a primeira ilustração acima. Quanto a novos vales que eventualmente poderão surgir, os mesmos serão devidamente enquadrados nas novas denominações.
Etiquetas: andes, cabernet sauvignon, cachapoal, carmenère, casablanca, chardonnay, chile, costa, entre cordilleras, maipo, Nelson Luiz Pereira, pablo morandé, peumo, pinot noir, san antonio, sauvignon blanc, sommelier, terroir, tudo e nada, vinho sem segredo
Deixe uma Resposta