Agora deixando a Borgonha, e partida para Bordeaux. Chegando em Bordeaux, fomos almoçar em Saint-Emilion no Château Troplond-Mondot (pronuncia-se “Trolon-Mondô). Belo restaurante com menu bem executado. Estamos falando da margem direita de Bordeaux.
Branco de margem direita
A delicadeza de Pessac-Léognan
À sombra do grande Yquem
Pessac-Léognan de estrutura
Para dar início aos trabalhos, um quarteto muito bem representado dos brancos bordaleses, vinhos de uma certa maneira subjugados frente ao enorme destaque dos tintos. De início, Jean Luc Thunevin Blanc nº 1 2009. Muito agradável, mas o menos complexo do painel. Madeira bem casada com a fruta e final fresco. O segundo trata-se de um branco bem elegante, Château Carbonnieux 2011. Aromas sutis, toques florais e textura delicada em boca. Sempre um bom início de refeição. O terceiro vinho, o branco seco do Château d´Yquem, “Y” , Ygrec 2008. Elaborado com proporções semelhantes de Sémillon e Sauvignon Blanc, é um vinho marcante, com boa presença em boca e bastante gastronômico. Por último, um grande Pessac-Léognan, Domaine de Chevalier 2007. Um dos melhores de Bordeaux, apresenta ótima estrutura para envelhecimento. Bom corpo, textura macia e boa evolução de aromas. Fechou com chave de ouro esta série.
Não estava em sintonia com os demais
Chateauneuf-du-Pape de exceção
Um dos melhores bouchonné
Na sequência de tintos, vamos abordar os três não bordaleses em primeiro lugar. Começando pelo Masseto 2001, foi o tinto que destoou no painel. É claro que se tomado individualmente, trata-se de um belo toscano baseado na casta Merlot. Contudo, diante dos bordaleses que virão a seguir, não há termo de comparação. Em seguida, um Chateauneuf-du-Pape fora de série do mítico produtor Henri Bonneau Réserve des Celéstins, uma cuvée especial de sua cave. Aromas lembrando o sul da França como garrigue (vegetação típica da Provence), ervas, especiarias e toques balsâmicos. Boca sedosa e extremamente longo. Por último, o que deveria ser talvez o vinho da viagem, o lendário Hermitage Paul Jaboulet La Chapelle 1961, estava bouchonné. Uma pena, mas sua cor, estrutura, e potência de taninos impressionaram.
Concorrente à altura do astro Petrus
Le Pin: Produção minúscula
Petrus: Sempre misterioso
Haut Brion em suas grandes safras
Enfim, chegou a vez dos bordaleses. E que vinhos, que safras! Uma sequência de 1990 inesquecíveis. Começando pelo Château Lafleur 1990, um Pomerol de rara beleza. Boa evolução de aromas lembrando um toque terroso, cogumelos, ameixas escuras e chocolate. O mais pronto da trilogia. Em seguida, o minúsculo Chateau Le Pin 1990. Muita estrutura de taninos, ainda um pouco fechado, dando a certeza que uma boa decantação só trará benefícios. Muita vida pela frente. Por fim, o Chateau Petrus 1990. Uma criança ainda. Este é o Romanée-Conti de Bordeaux. Vinho misterioso, que não se revela facilmente. Apesar de seus mais de vinte anos, muitos segredos a serem desvendados. Um das grandes safras deste tinto. Realmente, não tinha como o Masseto ficar pequenininho.
Para não ficarmos só na margem direita, que tal para finalizar um Haut Brion 1989, um dos cem pontos de Parker. Safra histórica para esta estupenda propriedade de Pessac-Léognan. Uma maravilha já acessível, mas sem nenhum sinal de cansaço. Nos aromas, o característico toque animal, trufas, toques terrosos, algo de café, de chocolate, envolvidos em taninos sedosos. Um verdadeiro Premier Grand Cru Classe. Bravo!
Lembrete: Vinho Sem Segredo na Radio Bandeirantes (FM 90,9) às terças e quintas-feiras. Pela manhã, no programa Manhã Bandeirantes e à tarde, no Jornal em Três Tempos.
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