Sabemos do potencial vitivinícola italiano, sempre disputando com a França, a supremacia na produção mundial de vinhos. Entretanto, das vinte regiões italianas, quatro destacam-se neste imenso mar de vinhos.
Nos últimos anos, a produção total italiana ficou em torno de 45 milhões de hectolitros. Sicilia, Puglia, Veneto e Emilia-Romagna, contribuem muito para estes números. Dê um zoom no mapa abaixo.
Disputa acirrada entre norte e sul
Conforme quadro acima, percebemos que a grande fama das duas principais regiões italianas, Toscana e Piemonte, é decisivamente qualitativa e não quantitativa. A Sangiovese reina absoluta em território toscano liderando a produção de Chiantis (não o Classico em termos de produção). A Barbera continua sendo uma das uvas mais plantadas da Itália, na frente de produção dos consistentes tintos piemonteses.
O sul que liderava com folga a produção italiana de outros tempos, atualmente tem perdido o posto para seus rivais do norte. Contudo, Sicilia e Puglia continuam com produções expressivas, a despeito de quedas significativas nas últimas décadas. Uma mudança para melhor, já que os Vinos da Tavola têm diminuído bastante, concomitantemente, um acréscimo de vinhos IGT e DOC. A modernização e novas técnicas tanto no campo, como na cantina, permitiram esta ascensão qualitativa.
Molise, Liguria, Valle d´Aosta e Basilicata, continuam inexpressivas, com muito pouca gente sabendo sobre seus vinhos locais.
Emilia-Romagna e Veneto, como destaques produtivos do norte, apresentam perfis diferentes. Enquanto Emilia-Romagna com seus Lambruscos e Sangiovese di Romagna lideram os vinhos DOC, IGTs e Vinos da Tavola continuam com muita força na produção, sempre com lado qualitativo comprometido, ou seja, vinhos sem grande expressão.
Já o Veneto, fornece vinhos mais qualificados, com cada vez menos Vino da Tavola. Prosecco, Soave e Valpolicella, lideram a produção, com qualidade sempre crescente. Se não são vinhos espetaculares e diferenciados em sua grande maioria, atraem o consumidor que busca vinhos de bom preço para seu dia a dia.
Por fim, a região de Abruzzo cultivando a uva Montepulciano, disputa com a Toscana e Piemonte, números muito próximos em produção. A denominação Montepulciano d´Abruzzo é de longe, a mais produtiva.
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6 de Outubro de 2011 às 5:36 PM |
Interessante comentário. Mais acho que faz uma analise da quantidade de produção. Na Itália tem muitíssima vinícolas pequenas, que não tem acesso a ferramentas de divulgação e comercialização no Brasil, que fazem vinhos óptimos. Eu estou conhecendo varias vinícolas no Friuli Venezia Giulia que fazem vinhos óptimos, como vários autóctones como o Refosco, a Ribolla Gialla, o Ramandolo, a Malvasia Istriana, e mais conhecidos como Tocai (Friulano), Merlot, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, Chardonney etc, Vou lá , falo com os proprietários e os enólogos, degustamos, e e’ um prazer ver como estai apaixonados para a arte de fazer o vinho, a pesar do duro trabalho que esta’ detrás, sobretudo nesta temporada de safra. E os vinhos som óptimos, feitos de forma natural, sem pesticidas, sem químicos só com grande trabalho de afinação! Quando falo de exportar para Brasil, vem isso como muito difícil a se realizar. Assim como regiões como Molise, Balisicata, Valle d’Aosta, não fazem vinhos, pois não tem terreno ou não tem clima para isso. Sendo a Itália um pais ‘velho’ o fazer o vinho e’ também um tema de tradição. Tem regiões onde os vinhos não som de qualidade especial, pois a terra e o clima não presta. Como por exemplo a Puglia. La’ se faz bastante vinho, mais o calor e o terreno muito plano, não apresentam o microclima ideal para as uvas. Tendo muito calor os vinhos que fazem som muito fortes. Assim o que muitas vezes acontece e’ que vinícolas do Veneto, bem orientadas para fazer empresa e vender, compraram vinícolas da Puglia e, em Italiano se diz “tagliano”, ou seja misturam vinhos do Veneto com vinhos da Puglia, para dar mais sabor aos vinhos do Veneto. Esta pratica não e’ boa mais num sentido comercial pode dar frutos, pois permite di produzir grandes quantidades, com menor custo de produção. Assim na Itália os vinhos da Emília-Romagna não som bem apreciados, tem muita produção mais de qualidade baixa. Então sim, e’ interessante ter uma panorâmica de quanto se produz em cada região, mais isso não e’ uma indicação da qualidade do produto.
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6 de Outubro de 2011 às 8:29 PM |
sem dúvida. é apenas uma abordagem de produção nas várias regiões italianas. o fator qualidade vai depender de outros parâmetros, sobretudo do produtor. A rigor, cada caso é um caso.
Um abraço,
Nelson
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