Já é de praxe neste blog, informarmos as tendências e atualizações mais recentes no mundo do vinho através da OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho). Este último congresso ocorreu em Bucareste no mês de junho deste ano. Algumas das últimas previsões se confirmam com destaque para a China, a estabilização do Velho Mundo, e certo crescimento no chamado Novo Mundo, particularmente nas Américas e Ásia.
A primeira constatação é que a área mundial de vinhedos vem caindo ano a ano de maneira discreta, chegando aos sete milhões quinhentos e vinte e oito mil hectares em 2012. Neste número há uma clara tendência de decréscimo nos vinhedos europeus, e acréscimo nos vinhedos asiáticos e americanos (principalmente América do Sul).
Quanto à produção total de uvas para diversas finalidades, não só a produção de vinhos, há uma certa estabilização, sendo que em 2012 este número deve ficar em seiscentos e noventa milhões de quintais (um quintal aproximadamente cem quilos). A China lidera com folga este ranking, seguida pela Itália e Estados Unidos.
Na produção mundial de vinhos (vide gráfico acima), os três gigantes europeus seguem na liderança, porém sempre em tendência de queda. Já os Estados Unidos solidifica cada vez mais a quarta posição. O mesmo não acontece com a Argentina que manteve por longo tempo a quinta posição. Agora, China, Austrália e Chile, disputam a mesma com vantagem para os chineses que apresentam números de forte crescimento, a despeito da qualidade. A produção mundial deve ficar em duzentos e cinquenta e dois milhões de hectolitros que em outros tempos já superou a marca de trezentos milhões de hectolitros.
Quanto ao consumo mundial de vinhos (vide gráfico acima), a França ainda lidera, ameaçada fortemente pelos Estados Unidos. Alemanha e Reino Unido mantêm-se relativamente estáveis, enquanto a China dá um salto expressivo. Rússia e Canadá também destacam-se neste crescimento. A Itália e Espanha, grandes produtores, amargam forte decréscimo no consumo entre seus habitantes.
Principais países importadores
Quanto à importação mundial, o quadro acima é bastante elucidativo nos tipos de vinhos que são comercializados. Vejam que a França não tem nenhum problema em importar vinhos em embalagens maiores. É mais barato e muitas destas embalagens tem um sistema a vácuo que preservar o vinho até as últimas taças a serem consumidas. Evidentemente, trata-se de vinhos para o dia a dia, sem maiores rituais. A importação de espumantes expressiva no Japão vai de encontro com sua gastronomia bastante típica. China e Canadá por exemplo, concentram-se em importações de vinhos engarrafados. O trio de ferro da importação permanece no topo (Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha).
Comparativo entre 2000 e 2012
Voltando à produção mundial de vinhos, o comparativo acima mostra que o bolo gradativamente está sendo fatiado com menor predominância do chamado Velho Mundo, embora sua liderança ainda seja expressiva. Além do crescimento chinês, o Chile continua expandindo seus vinhedos de norte a sul. A multiplicação de seus vales, buscando ao mesmo tempo uma identidade de terroir é notável. O vinhedo australiano também tem se expandido. A exemplo do Chile, a Austrália motiva-se neste crescimento, pois esses dois países travam uma batalha de gigantes no competitivo mundo dos maiores exportadores de vinho do chamado Novo Mundo.
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