Já mencionamos em post passado (Toscana: Vin Santo) uma das especialidades toscanas, chamada Vin Santo. Contudo, existe uma denominação muito pouco conhecida da região de Trentino-Alto Adige, chamada Vino Santo Trentino.
Tradição e raridade da enologia italiana
A produção é muito pequena, com produtores localizados na região de Valle dei Laghi (a oeste de Trento), que cultivam a casta autóctone Nosiola. A diferença do modelo toscano vai muito além das uvas. Sabemos que a Malvasia e Trebbiano são as uvas utilizadas na Toscana, enquanto neste caso, temos 100% Nosiola, com raras exceções. Podem eventualmente complementar o corte, outras uvas locais em até 15%, o que raramente ocorre.
Os cachos de Nosiola são colhidos em setembro ou outubro em ótimo estado de maturação. Em seguida, são postos para secar por um longo período (cinco a seis meses), bem maior do que o caso toscano. Na verdade, a vinificação só ocorrerá na época da semana santa, motivo principal do nome deste santo vinho. Para cem quilos de uvas frescas (antes da passificação), teremos de 15 a 18 litros de Vino Santo.
As condições climáticas propiciam o bom desenvolvimento da Botrytis Cinerea no período de appassimento. Mais uma diferença com o lado toscano.
Na cantina, desenvolve-se um longo período de fermentação e maturação do vinho em pequenos tonéis entre seis e oito anos.
O resultado é um Vino Santo com todas as características de evolução, mostrando toques de mel, frutas secas, notas empireumáticas e os aromas elegantes advindos da Botrytis.
Infelizmente, ainda não temos exemplares no Brasil, sendo portanto, uma ótima dica de viagem para provarem in loco, preferencialmente, e porque não, trazerem algumas garrafas. Produtores como Gino Pedrotti e Giovanni Poli têm longa tradição nesta denominação.
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