Enogastronomia entre amigos


Seis Lugares: número perfeito

Muitas vezes numa mesa de restaurante,  perdemos a oportunidade de desfrutar entre amigos os prazeres da enogastronomia. A heterogeneidade do grupo em relação a pratos e bebidas aliada ao receio de propor algo compartilhado, são alguns dos principais fatores para minar este objetivo.

O que geralmente acaba acontecendo é alguém da mesa tomar a iniciativa pedindo um determinado vinho, e muitas vezes, repetindo-o na medida que haja necessidade.

Para termos sucesso nesta empreitada, é fundamental reunirmos pessoas com certa afinidade. Podem ser três casais ou uma mescla de casais e amigos em torno de seis pessoas. É um número interessante para pedir algumas garrafas, deixando a conversa sob controle,  sem virar bagunça. Para um consumo civilizado, três garrafas ao longo da refeição parece ser o ideal.

A primeira garrafa deve ser invariavelmente um espumante Brut (seco). É o vinho ideal por vários motivos: fazer o brinde inicial, combinar perfeitamente com os vários tipos de couvert, mantendo o paladar sempre fresco, apresentar corpo relativamente leve, bem sintonizado com os momentos iniciais da refeição. Opções como Prosecco, Cava ou um bom espumante nacional são facilmente encontradas em boas cartas de vinho. O cuidado aqui é apenas não pedir espumantes muito estruturados, encorpados, que são inadequados nesses momentos iniciais. Se a opção for champagne, o estilo Blanc des Blancs é a pedida certa, elaborado só com Chardonnay.

A segunda garrafa pode ser pedida com a terceira ao mesmo tempo, dependendo dos pratos escolhidos pelo grupo. Como na prática, dificilmente todos pedirão um menu degustação, o habitual é a escolha de pratos diversos, incluindo peixes, aves, massas, carnes, entre outros. As opções de um branco e um tinto, ou um tinto leve e um tinto mais encorpado, ou um tinto leve e um branco encorpado, costumam ser bastante abrangentes, aparando as principais arestas. Caso haja apenas uma pessoa ou duas que destoem em termos de harmonização, pode ser pedido um vinho em taça ou uma meia garrafa.

Finalizando a refeição, um pequeno abuso é permitido com a sobremesa ou logo após a mesma. Uma meia garrafa de um vinho doce dividida por seis, não acarretará grandes transtornos. Novamente, para pedidos isolados, o vinho em taça pode ser uma grande opção.

Outro desfecho seria finalizar a refeição com licores, destilados diversos, satisfazendo paladares de forma individualizada.

Mais uma forma de encarar a ocasião, é levar uma grande garrafa ao restaurante, principalmente numa data especial, evidentemente, com a devida comunicação no momento da reserva. A forma gentil e elegante neste caso, é escolher as demais garrafas da refeição no restaurante, sobretudo se não for cobrada a chamada taxa de rolha.

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