Enogastronomia: detalhes redobrados
Receber pessoas exercitando a enogastronomia não é uma tarefa fácil. Primeiramente, precisamos escolhê-las a dedo para não nos aborrecermos com atitudes e comentários típicos de cunhado. Acho que vocês estam entendendo o que eu quero dizer …
O número de pessoas deve ficar entre dois e quatro casais, ou quatro e oito pessoas, a menos que você tenha uma equipe para ajudá-lo. Este número também limita uma garrafa especial, quer pelo seu valor ou por unicidade da mesma. Além disso, temos louça, talheres e taças principalmente, que dificultam um número maior.
É sempre bom recepcionarmos com espumantes do tipo Brut, desde que sejam leves, sem marcar muito o paladar. Eles são perfeirtos para “fazer a boca”, acompanhar canapés e comidinhas fora da mesa principal.
O menu deve ser previamente escolhido e o serviço de preferência empratado. É bom evitar travessas, sobretudo com várias taças e talheres que já estarão à mesa, para facilitar sua vida e dar mais atenção aos convivas.
Evidentemente, o ideal é uma harmonização prato a prato, com vinhos escolhidos antecipadamente. O interessante é variarmos estilos e tipos de vinhos entre brancos e tintos, de acordo com o menu escolhido. Os pratos devem alternar texturas, buscando intensidade e corpo crescentes. Assim os vinhos naturalmente, seguirão este perfil. Pode ser uma entrada, prato principal e sobremesa. Para maior sofisticação, entrada, primeiro prato, segundo prato e sobremesa. Escolha pratos de fácil elaboração ou que em parte, possam ser preparados previamente com uma rápida finalização no momento do serviço.
Esta estratégia de recepção, além de causar uma boa impressão, evita abrirmos um número excessivo de garrafas de um mesmo vinho, limitando o consumo total, e chegando ao final do evento com ampla satisfação. É a qualidade e diversidade em detrimento da quantidade e desperdício. Para um consumo adequado de vinho, calcule meia garrafa por pessoa, somando todas as garrafas servidas. Deixe os excessos para o final, de forma individualizada, com licores, vinhos fortificados e destilados, acompanhando eventualmente charutos ou uma conversa mais prolongada.
Presentes inesperados
Muita gente fica em dúvida quando é presenteada com vinho, sentindo-se obrigada a abrir a garrafa na ocasião presente. Nada de constrangimento, a menos que a pessoa insinue a abertura, o que não é de bom tom. Lembre-se que você já escolheu vinhos e pratos que teoricamente se harmonizarão. Portanto, não tem sentido abrí-lo, sem qualquer conotação enogastronômica. Mesmo se for um vinho muito especial, haverá o momento certo e oportuno para o mesmo, lembrando de convidar quem o presenteou para um encontro futuro.
Outra atitude que devemos evitar, é pedirmos ao convidado para escolher uma garrafa em nossa adega, podendo provocar um certo constrangimento de ambas as partes, principalmente se você possuir garrafas especiais.
É lógico que tudo isso pode ser revisto quando estamos entre amigos com grande intimidade, onde muitas vezes, combinamos vinhos e pratos a serem servidos, delegando certas tarefas a cada um dos participantes.
De qualquer modo, é um caminho que pode surpreender mesmo os amigos mais íntimos, provocando agradáveis surpresas e testando novas propostas enogastronômicas.
Etiquetas: charuto, destilados, enogastronomia, espumante brut, fortificados, Harmonização, licores, Nelson Luiz Pereira, presente, recepção, sommelier, tudo e nada, vinho sem segredo
7 de Maio de 2011 às 11:26 AM |
Obrigado pelo post eu estava mesmo com duvidas sobre Presentes inesperados e foi muito bem elaborado, vou receber um casal em casa em que sua esposa conhece muito bem de vinho ( ela é summelier ) então não poderia cometer uma gafe.
Parabéns e obrigado.’.
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7 de Maio de 2011 às 4:11 PM |
Caro Sandro,
Obrigado pela atenção e continue com Vinho Sem Segredo. Qualquer outra sugestão de tema, é só escrever.
Um abraço,
Nelson
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