Já comentamos algumas vezes neste blog a evolução das regiões sulinas na Itália em termos de qualidade de vinho. Outrora, eram regiões de grande produção, mas de vinhos toscos, mal elaborados, para satisfazer um mercado ávido por quantidade e baixo preço. Isso tem mudado substancialmente ao longo do tempo com mais cuidado tanto no campo, como na cantina. Os chamados Vino da Távola estão dando lugar os IGTs (Indicazione Geografica Tipica) e aos DOCs (Denominazione di Origine Controllata), conforme mapa abaixo:
A qualidade aumentando em números
Atualmente, a Sardenha conta com uma produção de 673 mil hectolitros em 2012, a qual já chegou perto de um milhão de hectolitros em outros tempos. Tendo em vista os vinhos de Denominação de Origem (DOCG e DOC), o quadro abaixo atualiza os números de denominações de toda a Itália até janeiro de 2013. Estamos cansados de saber que sempre existem novas denominações a serem publicadas, mas ainda no forno.
Quadro atualizado (janeiro/2013)
Voltando á Sardenha, o quadro abaixo mostra as principais denominações de origem em produção. Algumas muito tradicionais, outras nem tanto. Veremos em seguida, detalhes dessas denominações importantes da ilha.
Brancos e tintos com muito equilíbrio na produção
Principais denominações da ilha
Vermentino di Sardegna
A denominação de origem mais produtiva da ilha elaborada com a uva branca Vermentino nas versão seco, amabile, frizzante e spumante. Vinho fresco, frutado, delicado, com ligeiro final de boca amendoado. Pode ser elaborado em toda a ilha. Comumente, é elaborado na versão seco, mas podemos ter as versões rosado, passito e licoroso (uma espécie de Porto local).
Cannonau di Sardegna
É o tinto mais conhecido na ilha e pode ser elaborado em toda a parte da mesma. A uva Cannonau é a mesma uva internacional conhecida como Grenache ou Garnacha (mínimo de 85% no corte, de acordo com a legislação vigente). A menção ¨Classico¨ no rótulo implica em pelo menos 90% de Cannonau no corte. É um vinho de bom corpo, quente, frutado, macio, como todo bom Grenache.
Vermentino di Gallura
Este vinho branco elaborado com a uva homônima é o único da ilha a ter a menção DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita). É elaborado nas versões seco, amabile, frizzante, spumante, passito e Vendemmia Tardiva. Pode eventualmente ter alguma passagem por madeira. A versão passito implica num grau de maturação da uva superior à versão Vendemmia Tardiva. Sua produção concentra-se no extremo nordeste da ilha.
Alghero
Denominação ampla para brancos e tintos nas mais diversas versões. A região de produção concentra-se na província de Sassari, ao norte da ilha. As uvas são as mais diversas possíveis com alguns exemplares varietais, além dos cortes. Só para citar algumas, temos Pinot Grigio, Moscato, Malvasia, Garganega, Pinot Bianco, Primitivo, Pinot Nero, Montepulciano, Marzemino, entre outras. Nesta imensidão de uvas temos as versões seco, frizzante, spumante, passito, licoroso, e outras mais específicas. Neste tipo de denominação de muitas variações, a escolha de produtores de destaque é fundamental.
Carignano del Sulcis
Uma denominação relativamente recente, mas de muito respeito. A versão seco é a mais respeitada, embora haja o rosato e o passito. Deve conter pelo menos 85% de Carignano ou Grenache no corte. Sua zona de produção encontra-se no sul da ilha. É um tinto encorpado, aveludado e apto ao envelhecimento. Produtores como Santadi e seu vinho Terre Brune, além do belo Barrua (em parceria com os donos do Sassicaia, Toscana), são vinhos ícones desta denominação. Ver foto acima.
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