La Nerthe: Um parêntese a Châteauneuf-du-Pape


Uma das mais famosas apelações francesas, Châteauneuf-du-Pape, é quase sempre sinônimo de decepção para muitas pessoas. Vinhos diluídos, alcoólicos, muitas vezes de negociantes, são o preço pago pelo glamour da região. Portanto, principalmente nestes casos, a importância do produtor é fundamental. Só ele é capaz de garantir qualidade e tipicidade da apelação. É o caso do Château La Nerthe, um dos ícones desta AOC (Appellation d´ Origine Controlée), importado pela Grand Cru (www.grandcru.com.br).

Neste começo de milênio, os bons anos para Châteauneuf-du-Pape são os ímpares como: 2001, 2003, 2005, 2007 e 2009. Todas as grandes pontuações coincidem com esses anos, inclusive o Clos de Papes 2005, o vinho do ano em 2007 pela Wine Spectator com 98 pontos.

Voltando ao La Nerthe, a safra 2007 disponível na Grand Cru está deliciosa e muito propícia para o inverno que se aproxima. Apesar das famosas treze cepas na composição do Châteauneuf, o emblemático trio GSM (Grenache, Syrah e Mourvèdre) é quem garante belos aromas, boa estrutura e o devido equilíbrio. Como todo bom tinto do sul do Rhône, a Grenache sempre predomina no corte, gerando vinhos quentes (bom teor alcoólico) e bastante frutados. Neste exemplar temos aproximadamente, Grenache (50%), Syrah (30%) e Mourvèdre (10%), sobrando 10% para outras cepas. O vinho amadurece parte em barricas, parte em tonéis, nunca novos, para sempre priorizar a expessão de seu terroir.

Safra 2007: 93 pontos de Parker

Como se não bastasse este belo tinto, está disponível também a jóia da coroa, o espetacular Cuvée des Cadettes, elaborado com as melhores uvas da propriedade e amadurecido em barricas, 100%  carvalho novo. O que realmente impressiona neste exemplar da safra 2005 é sua potente estrutura tânica, pouco usual para a apelação. E que taninos! bastante finos, garantindo longa guarda em adega. Pelo menos até 2015, onde provavelmente começará a atingir seu platô. Muito equilibrado, com o álcool fornecendo a devida maciez e proporcionando uma sensação calorosa na medida certa. Um grande vinho para este inverno que aliás, promete.

Nesta safra, 96 pontos de Parker.

A safra 2001 já é sensacional, e pessoalmente já acharia difícil atingir tal nível. Contudo, provando a safra 2005, resgatei aquela velha frase: ninguém é insubstituível!

Sabemos que Parker é um tanto emotivo com vinhos do Rhône. A prova são as belas notas dadas a estes dois exemplos acima. Entretanto vale a ressalva: nessas notas em particular, deve haver um ou dois pontos de emoção, no maxímo.

 

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