Quando falamos de Borgonhas, o primeiro cuidado é não generalizar. Afinal, esta abençoada terra foi destinada a especialistas, ou seja, cada comuna conta com alguns poucos produtores que cultivam alguns poucos hectares, e são verdadeiramente, o que chamamos de nata da Borgonha. Neste contexto, problemas de safras tornam-se secundários, já que produtor e terreno são superlativos. É o caso da domaine abaixo, Henri Gouges, trazida primeira vez pela saudosa importadora VVW na vila Madalena. Agora, recentemente, nas mãos da competente importadora Zahil.
Monopólio de 3,5 hectares em Nuits-St-Georges
Trata-se de um Premier Cru de grande tipicidade e enorme longevidade. A comuna de Nuits-Saint-Georges, a mais meridional da Côte de Nuits, é marcada por tintos potentes e um tanto rústicos para os padrões de borgonhas extremamente elegantes. Por esta razão, não existem Grands Crus nesta comuna. Entretanto, de modo algum, devemos subestimá-la, principalmente, diante de produtores como Henri Gouges.
Este Premier Cru, Clos des Porrets, sintetiza a força destes vinhos, com aromas potentes, e de firme estrutura tânica. Evidentemente, não são talhados para serem tomados jovens. Necessitam de bons anos em adega, para domar seus taninos e desenvolverem aromas terciários de rara complexidade. Pode não ser tão fino como os melhores Chambertins, mas possui personalidade própria, por preços sensivelmente menores que os preferidos de Napoleão (famosa frase do imperador: o mundo fica mais bonito através de uma taça de Chambertin).
Por R$ 385,00 a garrafa (importadora Zahil – www.zahil.com.br), sugiro guardar a safra 2007 por mais cinco anos, antes de desfrutá-la. A despeito dos preços no Brasil, é um bom custo/benefício para um Premier Cru de alto escalão.
Harmonização: Galinha d´angola com creme de champignons. Decantá-lo, uma hora antes do serviço.
Etiquetas: borgonha, chambertin, clos des porrets, Harmonização, henri gouges, napoleão, Nelson Luiz Pereira, nuits-saint-georges, premier cru, sommelier, tudo e nada, vinho sem segredo, zahil
12 de Outubro de 2010 às 3:52 PM |
Esse é um grande produtor e esse vinho é de longe o melhor custo benefício do Gouges, pq o Les St Georges é um estelionato por aqui.
Queria saber seu veredicto sobre o Clos de Maréchale do Mugnier.
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12 de Outubro de 2010 às 5:45 PM |
Caro Roberto,
Sua opinião abalizada reforça ainda mais este artigo.
Quanto ao Clos de la Maréchale é sem dúvida um grande vinho, embora às cegas eu não diga que se trata de um típico Nuits Saint Georges. Ele é muito elegante para os padrões da comuna.
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