Dando prosseguimento à estada em Bordeaux, após o belo almoço em Saint-Emilion, fomos à noite jantar no badalado restaurante de Pauillac, Chateau Cordeillan-Bages, mesmo proprietário do Grand Cru Classe Chateau Lynch-Bages, Jean-Michel Cazes. Como de rotina, muitos pratos e muitos grandes vinhos.
Safra 1989 bastante acessível
Páreo duríssimo para seu rival Haut Brion
Difícil decidir entre os dois rivais
Safra 1961 esbanjando aromas
Safra mítica do grande Latour
Um nota 100 notável
Nesta noite foi a vez dos velhinhos. E que velhinhos! Safras antigas de 55, 59 e 61. Todas altamente pontuadas, mostrando a incrível longevidade dos grandes Bordeaux. A exceção foi o vinho de entrada, Chateau Lynch-Bages 1989. Apesar de seus vinte e cinco anos, não foi páreo para os demais, embora seja um belo vinho. Macio, inteiro, com a força que caracteriza os grandes Pauillacs. Nos aromas lembra o Mouton com toques de torrefação (notadamente o café). O grande problema neste confronto é que está muito novo num painel deste porte. Contudo, tomado sozinho, um tinto que beira a perfeição. Muita vida pela frente. Iniciando agora os “velhinhos”, fica difícil qualquer comparação e descrição dos mesmos. Essas safras beiram a perfeição ou melhor, são absolutamente perfeitas com 100 pontos do rigoroso Parker. Como comparar Chateau Latour 1961, Chateau La Mission Haut Brion 59 e 61, Chateau Haut Brion 61 e o estupendo Chateau La Mission 1955? São vinhos de legenda, de sonhos. Contudo, dentro deste Olimpo, uma menção especial para o La Mission 55. O melhor Bordeaux desta safra com uma vitalidade, aromas impressionantes de rosas, lembrando um Borgonha e uma textura em boca indescritível. Sensacional! O melhor e mais surpreendente vinho da viagem. Já o Latour 61 é um mamute, um vinho indestrutível, uma estrutura tânica fantástica, quase indescritível em palavras. Os La Mission 59 e 61 tem que serem julgados no par ou ímpar. Absolutamente sedutores. No photochart, O Haut Brion 59 ganha por uma cabeça. Enfim, só provando-os para entender o esplendor dos mesmos.
Próximo e último artigo desta série, a viagem de volta com o embate dos grandes Bordeaux da mítica safra de 1982.
Lembrete: Vinho Sem Segredo na Radio Banedeirantes (FM 90,9) às terças e quintas-feiras. Pela manhã, no programa Manhã Bandeirantes e à tarde, no Jornal em Três Tempos.
Etiquetas: bordeaux, chateau latour, cordeillan-bages, haut-brion, jean michel cazes, jornal em três tempos, la mission haut-brion, lynch-bages, Nelson Luiz Pereira, radio bandeirante, sommelier, vinho sem segredo
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