O chamado Loire do Centro ou Alto Loire é o berço espiritual da Sauvignon Blanc sob as apelações Pouilly-Fumé e Sancerre. O clima frio aliado às características predominantemente continentais, além de solos específicos, garantem um Sauvignon autêntico e de singular tipicidade. Os principais solos encontrados na região são com predominância de sílex ou solos do tipo Kimeridgiano, conforme fotos abaixo, respectivamente.
Sílex: rocha sedimentar composta de quartzo e argila
Solo kimeridgiano: fósseis marinhos calcinados em marga
Esses tipos de solo, segundo os terroiristas, transmitem a peculiar mineralidade destes vinhos, sempre acompanhada de uma notável acidez. No segundo tipo de solo (kimeridgiano), percebemos nitidamente conchas de ostras (fósseis marinhos) que foram solidificadas em outras eras geológicas. Afinal, o local já foi mar um dia. Este mesmo tipo de solo é famoso em Chablis, principalmente na faixa nobre dos sete Grands Crus (Blanchot, Grenouilles, Valmur, Les Clos, Vaudesir, Preuses e Bougros).
Portanto, o Sauvignon do Loire apresenta um estilo incisivo com aromas discretos, além da mineralidade acentuar-se ao longo do envelhecimento em garrafa. Sua acidez marcante é muito apropriada para entradas e pratos leves, notadamente da cozinha japonesa (peixes in natura).
Um das referências em Pouilly-Fumé
Além do sofisticado Baron de L acima, a domaine Ladoucette elabora outros exemplares dignos da apelação, que são importados pela Vinci (www.vinci.com.br). Chateau de Tracy e Michel Redde também são opções seguras das importadoras Decanter (www.decanter.com.br) e Club Taste Vin (www.tastevin.com.br), respectivamente.
Nova Zelândia
Rótulo histórico para o Novo Mundo
O exemplar acima colocou definitivamente a Nova Zelândia no mapa do vinho, mostrando ao mundo uma nova dimensão de Sauvignon Blanc, com uma tropicalidade ímpar.
O terroir chama-se Marlborough (porção nordeste da Ilha Sul neozelandesa). O terreno apesar de plano, tem excelente drenagem, graças ao solo de gravilha (espécie de pedrisco), que escoa a água rapidamente. A região é protegida ao norte e a oeste por uma cadeia de montanhas (ver foto abaixo retratada no rótulo do Cloudy Bay) dos ventos frios e úmidos, impiedosos nesta ilha. A insolação é uma das maiores no mundo vitícola, propiciando amadurecimento perfeito das uvas. Para completar, as noites são frias, provocando a tão benvinda amplitude térmica para manter ótimos níveis de acidez.
Richmond Ranges: barreira natural contra os ventos
Nestas condições temos um Sauvignon de bom corpo, extremamente frutado com incríveis toques tropicais (notadamente o maracujá), complementado por ervas, flores e em alguns casos, um fundo mineral discreto. O grande trunfo destes vinhos é sua bela acidez, frescor, valorizando e equilibrando sua exuberância frutada. Um dos melhores exemplares da atualidade é o Sauvignon Blanc Jackson Estate, importado pela competente e especializada importadora de vinhos neozelandeses Premium, www.premiumwines.com.br
Portanto, dois estilos incríveis de Sauvignon, respeitando seus respectivos terroirs, esperando o momento adequado para serem apreciados. Para um salmão defumado, como entrada, vá de Sauvignon do Loire. Já uma posta de salmão cozido no vapor ou em papillote, com ervas, especiarias, e gaurnições delicadas, vá de Sauvignon da Nova Zelândia. Bon Appétit!
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9 de Novembro de 2010 às 12:53 PM |
Excelente post, diferenciando bem o Sauvignon do Loire e o da N. Zlãndia.
Parabéns pela bela postagem.
Abs e saúde.
Rômulo Lôbo.
http://www.golesedicas.blogspot.com
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9 de Novembro de 2010 às 4:08 PM |
Caro Rômulo,
Obrigado pelo incentivo.
Um abraço,
Nelson
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9 de Novembro de 2010 às 4:43 PM |
Como proprietário de gatos, sauvignon blanc é a uva mais difícil de tomar em casa. Boa parte dos exemplares do Loire estão bem longe dos felinos.
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9 de Novembro de 2010 às 5:32 PM |
Roberto,
Acabei esquecendo de mencionar um dos aromas típicos de Sauvignon Blanc, o chamado pipi de gato. Às vezes elas são gerados no vinho devido a certas substâncias naturalmente presentes no mosto denominadas tiol ou tióis.
Um abraço,
Nelson
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